O dólar iniciou a semana com forte alta nesta segunda-feira, 5, impulsionado pelo crescente receio de uma possível recessão econômica nos Estados Unidos.
O aumento da moeda americana ocorre em meio a sinais de desaceleração econômica na maior economia do mundo.
Na última sexta-feira, 2, novos dados de emprego revelaram uma desaceleração no mercado de trabalho dos EUA.
O relatório payroll mostrou a criação de 97 mil vagas no setor privado em julho, um número abaixo das expectativas e inferior às 136 mil vagas criadas em junho.
Além disso, o total ficou aquém das 148 mil vagas previstas pelos analistas.
Esses dados, combinados com uma taxa de juros ainda elevada nos EUA, aumentam as preocupações sobre a robustez da economia americana nos próximos meses.
A taxa de juros, atualmente entre 5,25% e 5,50% ao ano, contribui para a percepção de uma possível desaceleração econômica, já que juros altos encarecem o crédito e podem reduzir o consumo e os investimentos das empresas.
Além disso, a XP Investimentos destacou que os números recentes sugerem um enfraquecimento no mercado de trabalho americano e reforçam a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) possa iniciar um ciclo de flexibilização monetária em setembro.
Isso ocorre em um cenário onde a economia já enfrenta dificuldades e os pedidos iniciais de seguro-desemprego aumentaram para 249 mil na semana passada, acima das projeções de 236 mil.
O impacto dessas preocupações é visível em uma forte desvalorização nas bolsas de valores globais.
Na Ásia, os principais índices acionários fecharam em queda significativa:
– O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, caiu 12,40%, o maior recuo desde a crise financeira global de 2011.
– Em Taiwan, o índice Taiex teve uma forte queda de 5,7%.
– O índice Hang Seng de Hong Kong recuou 2,1%.
– Na Austrália, o S&P/ASX200 caiu 1,3%.
– O Kospi da Coreia do Sul perdeu 3,4%.
Na Europa, as bolsas também enfrentam desvalorizações expressivas, com o índice STXX Europe 600, que abrange 600 empresas de 17 países, registrando uma queda superior a 3%.
A combinação desses fatores alimenta a cautela dos investidores, que aguardam novos indicadores econômicos dos Estados Unidos e a possível decisão do Fed sobre a política de juros em setembro.