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O percentual de pessoas buscando emprego há dois anos ou mais recuou 17,3% no segundo trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento revelou que 1,7 milhão de pessoas estavam nessa situação no segundo trimestre deste ano, o menor número desde 2015, quando 1,4 milhão de brasileiros enfrentavam o desemprego de longa duração.

Embora tenha havido uma redução expressiva, esse grupo ainda representa 22,4% do total de pessoas que estão procurando emprego no país.

Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE, explica que a melhora pode estar ligada ao crescimento do setor de serviços, especialmente em atividades que exigem menor nível de instrução.

A pesquisa também registrou quedas em outras faixas de tempo de busca por emprego.

O número de pessoas à procura de trabalho há mais de um ano e menos de dois anos recuou 15,2%, enquanto o contingente de pessoas buscando emprego entre um mês e um ano caiu 11%.

Já o número de pessoas que procuraram emprego por menos de um mês teve uma redução de 10,2%.

Atualmente, a maior parte dos desempregados (47,8%) está buscando trabalho há mais de um mês e menos de um ano.

O segundo trimestre de 2024 também destacou disparidades de gênero no mercado de trabalho.

A taxa de desemprego entre as mulheres foi de 8,6%, o menor índice desde o quarto trimestre de 2014 (7,9%).

Além disso, o nível de ocupação das mulheres — percentual de pessoas trabalhando em relação ao total em idade de trabalhar — atingiu um recorde de 48,1%, o mais alto da série histórica iniciada em 2012.

Apesar desses avanços, a diferença entre homens e mulheres no mercado de trabalho permanece significativa.

A taxa de desemprego entre os homens foi de 5,6%, três pontos percentuais a menos do que entre as mulheres.

O nível de ocupação dos homens também foi muito superior, atingindo 68,3%, o que representa uma diferença de 20 pontos em relação às mulheres.

Além disso, as disparidades salariais persistem. No segundo trimestre de 2024, o rendimento médio real habitual das mulheres foi de R$ 2.696, enquanto os homens receberam, em média, R$ 3.424 — uma diferença de R$ 728.

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