-->

A amamentação exclusiva até os 6 meses e continuada até os 2 anos ou mais, conforme orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS), não só oferece benefícios nutritivos e imunológicos, mas também contribui significativamente para o desenvolvimento da respiração, deglutição, fala, mastigação, e até para a redução da cárie na primeira infância, que afeta crianças de até seis anos.

Estudos indicam que bebês amamentados no primeiro ano de vida apresentam menor incidência de cárie dentária em comparação aos que consomem fórmula infantil.

O ato de amamentar reduz a exposição inadequada ao flúor e evita o consumo precoce de açúcares, fatores que impactam diretamente na prevenção da cárie.

Além de ressaltar os benefícios da amamentação para a saúde bucal, é essencial garantir que as crianças recebam acompanhamento odontológico desde cedo.

No Maranhão, 4.360 crianças entre 0 e 2 anos receberam o primeiro atendimento odontológico em 2023, segundo dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB).

Esse número reflete uma tendência nacional, com o total de crianças atendidas passando de 144 mil em 2022 para 180 mil em 2023.

No Sistema Único de Saúde (SUS), o atendimento odontopediátrico é oferecido nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e pelas equipes de saúde bucal (eSB) nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que estão capacitadas para orientar as mães sobre as práticas de amamentação.

Segundo Doralice Severo da Cruz, coordenadora-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, a amamentação desempenha um papel crucial no desenvolvimento da mandíbula e dos músculos faciais da criança, contribuindo para um alinhamento correto dos dentes no futuro.

Ela enfatiza que as mães podem amamentar com confiança, sabendo que estão proporcionando um começo de vida saudável para seus filhos.

A falta de amamentação ou o desmame precoce podem prejudicar o desenvolvimento craniofacial adequado.

O uso de bicos artificiais, como mamadeiras e chupetas, pode alterar a estrutura bucal ao estimular uma musculatura diferente da natural, resultando em problemas como hipertonia muscular.

A introdução alimentar deve começar aos 6 meses de forma lenta e gradual, com alimentos naturais dos diferentes grupos, como frutas, legumes, verduras, tubérculos, cereais e feijões.

O consumo de açúcares e alimentos ultraprocessados é fortemente desaconselhado até os 2 anos de idade, pois aumenta o risco de cárie, asma, alergias, obesidade e doenças cardiovasculares no futuro.

De acordo com a pesquisa SB Brasil 2020/2023, que avalia as condições de saúde bucal da população, 53,2% das crianças entrevistadas estavam livres de cáries, um avanço de 14% em relação ao estudo de 2010, que registrou 46,6%.

O estudo examinou mais de 40 mil pessoas em todo o país, incluindo 7.198 crianças de 5 anos de idade.

EQUIDADE NO ACESSO À SAÚDE BUCAL

O programa Brasil Sorridente, criado em 2004, visa combater as dificuldades de acesso à saúde bucal, especialmente em regiões mais vulneráveis.

Em 2023, a política foi incluída na Lei Orgânica da Saúde, garantindo a todos os brasileiros o direito de acesso a cuidados odontológicos.

Neste ano, a Semana Mundial da Amamentação trouxe o tema “Amamentação: Apoie em Todas as Situações”, com foco no apoio ao aleitamento materno para reduzir as desigualdades em populações vulneráveis, minorias, pessoas com deficiência e em situações de emergência.

O Ministério da Saúde também está desenvolvendo o novo Programa Nacional de Promoção, Proteção e Apoio à Amamentação, que faz parte da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no SUS.

Esse programa reforça a amamentação como um direito humano e promove o acesso universal à saúde, equidade, integralidade do cuidado e humanização da atenção à saúde em todo o país.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *