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Na última terça-feira (9), a Câmara dos Deputados finalizou a votação da lei que estabelece o Novo Ensino Médio, encaminhando o texto para a sanção presidencial. O projeto, que já havia sido aprovado pela Câmara em março, passou por modificações no Senado, o que exigiu uma nova análise dos deputados.

Impactos do Novo Ensino Médio

Com a aprovação, o Novo Ensino Médio traz significativas mudanças na estrutura curricular e organização das disciplinas:

1. Aumento da carga horária obrigatória:
– Como é atualmente: 1.800 horas para disciplinas obrigatórias e 1.200 horas para disciplinas optativas.
– Como ficará com a proposta aprovada: A carga horária obrigatória aumentará para 2.400 horas, enquanto as optativas serão reduzidas para 600 horas.

Especialistas como o Todos Pela Educação e associações estudantis como UBES, UNE e ANPG apoiam o aumento da carga horária obrigatória, destacando sua importância para a preparação em vestibulares e processos seletivos. Por outro lado, o Consed expressa preocupações com a qualidade do ensino diante dessa nova divisão.

2. Disciplinas obrigatórias:
– Como é atualmente: Apenas português, matemática, educação física, arte, sociologia e filosofia são obrigatórias em todos os anos do ensino médio.
– Como ficará com a proposta aprovada: Além das já mencionadas, serão obrigatórias também inglês, ciências da natureza (biologia, física, química) e ciências humanas (geografia, história).

A inclusão do espanhol como disciplina opcional é um ponto de debate entre especialistas, com entidades estudantis defendendo sua obrigatoriedade para promover integração regional e atender às demandas do Enem, enquanto o Consed apoia a flexibilidade na decisão estadual.

3. Itinerários formativos:
– Como é atualmente: Os itinerários formativos permitem aos alunos escolherem entre áreas específicas de interesse ou formação técnica.
– Como ficará com a proposta aprovada: Cada escola deverá oferecer pelo menos dois itinerários formativos.

Esta medida visa aprofundar o conhecimento dos estudantes em áreas específicas, com a expectativa de melhorar a organização das disciplinas oferecidas, conforme defendido pelo Todos Pela Educação.

A reforma do Ensino Médio, proposta pelo governo Lula e agora aguardando sanção presidencial, busca atender críticas anteriores sobre a redução da carga horária das disciplinas tradicionais em detrimento de matérias optativas. A implementação, no entanto, enfrentará desafios como infraestrutura insuficiente, falta de formação adequada dos professores e desigualdades no acesso ao ensino superior entre redes pública e privada.

A expectativa é que a nova legislação contribua para uma educação mais alinhada às necessidades atuais e futuras dos estudantes brasileiros, embora os debates sobre sua eficácia e implementação devam continuar moldando o cenário educacional nos próximos anos.

2 thoughts on “Novo Ensino Médio: Câmara aprova lei com aumento da carga horária e novas disciplinas obrigatórias

  1. Fizeram o certo com essas mudanças. Porém, esses Itinerários Formativos no meu ponto de vista era pra ter uma formação para esses professores que irão ministrar as mesmas.

  2. Se com as matérias obrigatórias, hoje, a desistência dos estudantes é muito grande, imaginem com essas que estão sendo incluídas.
    O número de disciplinas curriculares no Brasil, é um verdadeiro absurdo, havendo matérias perfeitamente dispensáveis…
    Desculpem a ignorância do macaco, mas eu só queria entender por que
    17 disciplinas no segundo ano do ensino médio.
    Enquanto isso, nos EE.UU, para curso equivalente ao do Brasil, são 7 (sete) matérias.

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