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Neste momento, mais de 43,7 mil brasileiros estão na expectativa por uma ligação que pode mudar suas vidas: o aviso de que um doador foi encontrado.

O Brasil, conhecido globalmente por sua expertise em transplantes de órgãos, ocupa o quarto lugar em número absoluto de procedimentos realizados.

No entanto, mesmo com esse reconhecimento, a demanda supera significativamente a oferta.

Desde o início deste ano, foram realizados 4,7 mil transplantes, o que representa pouco mais de 10% dos pacientes que aguardam por um órgão compatível.

A fila de espera continua a crescer diariamente, sendo que a maior demanda é pelo transplante de rim, afetado pelas doenças mais prevalentes no país, como diabetes e hipertensão, afetando cerca de 40 mil pessoas.

A espera média por um órgão é de 18 meses, variando conforme o tipo de transplante, o estado de saúde do paciente e a disponibilidade de doadores.

O Sistema Único de Saúde (SUS) gerencia essa fila única, que abrange tanto pacientes da rede pública quanto privada, seguindo uma ordem cronológica com considerações adicionais sobre a urgência do caso.

Por exemplo, um paciente que já realiza hemodiálise pode ter prioridade sobre outro com saúde menos comprometida, mesmo que ambos aguardem um rim.

No entanto, pacientes em estado mais grave são atendidos com prioridade.

No último ano, o Brasil alcançou um recorde no número de doadores de órgãos.

Entretanto, apenas duas em cada 14 pessoas aptas para doar efetivamente se tornaram doadoras. Isso representa um potencial desperdício significativo, considerando que cada doador pode salvar até oito vidas.

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), dois obstáculos principais limitam o número de doações: a necessidade de identificar rapidamente a morte cerebral para viabilizar a doação e a autorização familiar, que continua sendo a maior barreira.

Mesmo que uma pessoa tenha declarado sua vontade de doar, seja através do RG ou de um certificado online, é a família que detém a decisão final.

O recente caso do apresentador Faustão, que precisou de um transplante de coração e rim, destacou a importância de um projeto de lei que propõe a doação presumida, dispensando o consentimento familiar em casos onde o indivíduo tenha manifestado sua vontade de doar.

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