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O Banco Central divulgou nesta sexta-feira (7) que os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,16 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o final de abril. Desde a criação do Sistema de Valores a Receber (SVR), em fevereiro de 2022, apenas R$ 6,78 bilhões de um total de R$ 14,94 bilhões foram resgatados pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Até o fim de abril, 20.248.670 correntistas haviam resgatado seus valores, representando apenas 31,34% do total de 64.618.095 correntistas incluídos na lista desde o início do programa. Entre os que já retiraram valores, 19.045.510 são pessoas físicas e 1.203.160 são pessoas jurídicas. Ainda restam 41.104.921 pessoas físicas e 3.264.504 pessoas jurídicas que não fizeram o resgate.

A maioria dos beneficiários ainda não resgatou pequenas quantias. Valores a receber de até R$ 10 concentram 63,54% dos beneficiários. Aqueles entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 24,95%, enquanto quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,73% dos clientes. Apenas 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023 com novas fontes de recursos e um sistema de agendamento melhorado, incluindo a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em abril, foram retirados R$ 280 milhões, um aumento em relação ao mês anterior, quando foram resgatados R$ 218 milhões.

A atual fase do SVR trouxe importantes melhorias, como a impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento via WhatsApp e a inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Além disso, uma sala de espera virtual foi implementada para permitir que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou fundação da empresa.

Outra novidade é a possibilidade de consulta a valores de pessoas falecidas, com acesso para herdeiros, testamentários, inventariantes ou representantes legais. O sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para contas conjuntas: se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro poderá ver informações como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Novas fontes de recursos esquecidos foram incluídas no SVR, como contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas, além de outros recursos disponíveis para devolução. O SVR já englobava valores de contas-corrente ou poupança encerradas, cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito, recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados, tarifas cobradas indevidamente, e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central alerta para golpes de estelionatários que se oferecem para intermediar o resgate de valores esquecidos. O órgão destaca que todos os serviços do SVR são gratuitos, não envia links nem entra em contato para tratar de valores a receber ou para confirmar dados pessoais. Apenas a instituição financeira que aparece na consulta do SVR pode contatar o cidadão. O BC também aconselha a não fornecer senhas ou informações pessoais a terceiros.

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