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Por Marcelo Cheche Galves

Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UEMA

Inicio este texto com um dado inquietante, constrangedor, mas que tem motivado um conjunto de ações estratégicas nos últimos anos: o Maranhão é o estado da federação com o menor número de doutores em relação ao total de habitantes. Evidentemente, não se trata de um dado isolado, mas componente de um conjunto de mazelas, expresso pelos mais variados indicadores socioeconômicos. Ainda assim, nosso percentual de doutores não condiz, por exemplo, com nossa participação no PIB, de 1,4 % nos anos de 2020 e 2021 (17ª posição); para o período de 2020-2022, recebemos menos de 1% dos recursos de bolsas e auxílios das agências federais de fomento à pesquisa e inovação.

Sobre as ações, e tratando especificamente da Universidade Estadual do Maranhão, grandes avanços ocorreram nos últimos quinze anos, especialmente a partir de 2015. Para o recorte temporal mais amplo, é importante salientar que saímos de 2 cursos de mestrado para os atuais 19, além de 7 cursos de doutorado – o primeiro doutorado, em Agroecologia, foi aprovado em 2014; no ano seguinte foi implementada uma política institucional para o desenvolvimento da pesquisa e da pós-graduação, com a criação do Programa de Qualidade Total dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Estadual do Maranhão – PROQUALIT (Resolução n. 899/2015 – CONSUN/UEMA), responsável pela coordenação das bem sucedidas ações para a expansão e consolidação dos cursos de mestrado e doutorado da UEMA.

Dentre essas ações podemos citar: incentivo financeiro para a publicação de artigos em periódicos de alto impacto; atração de jovens doutores; atração de pesquisadores sênior; premiação das melhores teses e dissertações; auxílio financeiro, pago diretamente aos coordenadores, para incremento das atividades dos cursos de pós-graduação; suporte e acompanhamento das apresentações de propostas de cursos novos (APCNs) de mestrado e doutorado; e acompanhamento regular das atividades dos cursos de pós-graduação, de modo a monitorar seus indicadores, tendo em vista a avaliação feita pela CAPES a cada quatro anos.

Quanto aos resultados obtidos, a recente abertura de muitos novos cursos de mestrado e doutorado, a elevação do conceito de outros tantos condição para a solicitação de novos doutorados e a perspectiva de novos cursos aprovados para início em 2025 expressam os esforços do corpo docente, da administração superior e da FAPEMA, agência estadual fundamental para o fomento da pesquisa e pós-graduação no Maranhão, e cujo orçamento deve ser sempre incrementado.

Por fim, cabe lembrar que uma política para ciência e tecnologia, prioritária e bem conduzida, é peça-chave para o desenvolvimento humano e condição para que construamos um Brasil (e um Maranhão) justo, sustentável e desenvolvido. Não por acaso, este será o tema da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a ocorrer em Brasília nos próximos meses.

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