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O Brasil está enfrentando um surto preocupante de dengue, com mais de um milhão de casos e mais de 200 mortes registradas.

Dezenas de cidades já decretaram estado de emergência devido à propagação da doença.

No entanto, combater os focos do mosquito Aedes aegypti é uma responsabilidade de todos os cidadãos.

O Ministério da Saúde recomenda que a população reserve 10 minutos semanais para inspecionar qualquer local que possa servir como criadouro para o mosquito.

– Que sintomas indicam que estou com dengue?

A febre alta é um dos primeiros sintomas da doença. Normalmente ela vem seguida de manchas vermelhas pelo corpo, diarreia, dor de cabeça ou ao redor e no fundo dos olhos e dores musculares e nas articulações.

Segundo a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, após notar esses sintomas, “comece você mesmo a se proteger, bebendo bastante líquido.”

A fase crítica da dengue, normalmente, aparece entre três e sete dias do início dos sintomas, mas por ser uma doença muito dinâmica, a dengue pode evoluir rapidamente de uma fase para outra.

– O que indica que a doença evoluiu para uma fase mais grave?

Os sintomas da dengue grave costumam surgir quando a febre começa a baixar. O Ministério da Saúde orienta procurar ajuda médica imediata caso sinta dor abdominal intensa, vômito persistente — às vezes até com sangue — além de sangramento nas gengivas ou nariz, dificuldade para respirar, confusão mental, fadiga, náuseas, queda da pressão arterial e sangue nas fezes.

– Os perigos da automedicação

Alguns medicamentos para gripe, anti-inflamatórios e antitérmicos que contenham o ácido acetilsalicílico não devem ser usados. Eles podem agravar a situação e levar até a morte. Buscar ajuda nas primeiras 48 horas depois que surgem os sintomas é fundamental para evitar complicações.

Mulheres grávidas, crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas — como asma, diabetes, anemia falciforme, hipertensão, entre outras — são mais suscetíveis a desenvolver complicações.

– A segunda vez que pega dengue é mais perigosa?

Contrair dengue uma vez não significa que você vai ficar livre da doença depois. A reinfecção tem o potencial de ser mais grave que a doença anterior. Por isso, se você já teve dengue, aumente os cuidados. Use repelentes e caso seja infectado, procure ajuda médica imediatamente.

Em uma nova dengue, o sistema imunológico pode entender inicialmente que é uma infecção igual à anterior, mas, na verdade, ela é provocada por um sorotipo diferente do vírus (existem quatro tipos). O organismo produz anticorpos contra o invasor, mas a resposta imune, ineficiente, não neutraliza o novo vírus.

– Existe remédio para tratar a dengue? 

Não existe remédio nem tratamento específico para combater o vírus da dengue. Mas a orientação do Ministério da Saúde é manter o paciente hidratado e indicado repouso para aliviar os sintomas — isso nos casos leves. Quando os únicos medicamentos indicados são o paracetamol ou dipirona — em caso de dor ou febre. Na maioria dos casos, há uma cura espontânea depois de 10 dias.

Nos casos mais graves, o paciente costuma ser internado para o manejo clínico e acompanhamento frequentes da doença.

– Controle do mosquito ainda é a melhor prevenção 

O Dia D foi criado com essa intenção: mobilizar a população na luta contra o mosquito. Segundo a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, é preciso redobrar os cuidados com as nossas casas e em volta delas.

“Cerca de 75% dos focos estão dentro de casa. Vamos tampar as caixas d’água, descartar o lixo corretamente, manter as vasilhas de água dos animais sempre limpas, guardar garrafas e pneus em locais cobertos, retirar água acumulada dos vasos de plantas.”

Se um agente da vigilância ambiental bater à sua porta, seja receptivo, a ajuda e as orientações dele podem salvar vidas. Além disso, a recomendação é usar repelentes e telas em janelas e portas.

– E a vacina, para quem é indicada?

A vacina contra a dengue começou a ser oferecida pelo SUS em fevereiro, mas por conta da disponibilidade reduzida do fabricante, apenas jovens entre 10 e 14 estão recebendo o imunizante — que protege contra a forma mais grave da doença.

A ministra da Saúde explica como esse público foi escolhido. “Os critérios de distribuição inicial para um grupo de municípios foram baseados na incidência da doença e definidos pelo Ministério da Saúde e pelos Conselhos Nacionais de secretários de saúdes de estados e municípios.”

Na rede particular, a vacina é segura para quem tem entre 4 e 60 anos. Feita em duas doses, ministradas com três meses de intervalo entre elas.

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