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Nesta segunda-feira, 18, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou um alerta preocupante. Dois terços dos indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de 2030, voltados para os direitos e bem-estar das crianças, estão em atraso, colocando em risco a vida de 1,9 bilhão de crianças em 140 países.


No relatório mais recente,  “Progressos no bem-estar das crianças: centrar os direitos da criança na Agenda 2030”, o Unicef destaca a necessidade de aceleração histórica para alcançar os ODS, algo viável apenas se as crianças forem priorizadas nas agendas nacionais.

Até o momento, apenas 6% da população infantil, equivalente a 150 milhões de crianças em 11 países, alcançaram metade das metas. Esse número representa o nível mais alto de realização a nível global. No entanto, se o ritmo atual continuar, apenas 60 países, abrigando 25% da população infantil, cumprirão as metas até 2030, deixando 1,9 bilhão de crianças para trás em 140 países.

Os objetivos relacionados à proteção, aprendizagem e erradicação da pobreza são os mais distantes de suas metas. A pandemia de COVID-19, as mudanças climáticas e crises econômicas contribuíram para esse atraso. O Unicef enfatiza a necessidade de compromissos políticos, aumento de gastos em saúde, educação e proteção social, metas realistas e parcerias sólidas para alcançar os objetivos até 2030.

Catherine Russell, diretora executiva do Unicef, destaca que o mundo está ficando sem tempo para cumprir a promessa dos ODS e que as consequências do não cumprimento serão refletidas na vida das crianças e na sustentabilidade do planeta. Países de baixo e médio-baixo rendimento, como Camboja, Índia, Marrocos, Ruanda e Uganda, mostram que é possível um desenvolvimento acelerado com compromisso nacional, políticas eficazes e financiamento adequado, mas ainda há muito a ser feito para atingir as metas.

O relatório deixa claro que os países atrasados precisarão acelerar o progresso para níveis historicamente sem precedentes a fim de alcançar as metas de 2030. Investir nos direitos das crianças é fundamental para erradicar a fome, a pobreza, a falta de saúde e as desigualdades, pois as intervenções nos primeiros anos de vida têm um impacto significativo.

O Unicef destaca a importância de compromissos políticos, aumento significativo dos gastos em saúde, educação e proteção social, metas ambiciosas e realistas adaptadas aos contextos locais, prioridade ao conhecimento e estabelecimento de parcerias sólidas. Além disso, enfatiza o investimento na mitigação das mudanças climáticas e na construção de um planeta habitável, bem como a necessidade de opções inovadoras em sistemas financeiros que funcionem.

Catherine Russell conclui que ainda há tempo para fazer a diferença nos próximos sete anos, mas os líderes mundiais devem se tornar defensores das crianças e colocar os direitos infantis no centro de suas agendas políticas e orçamentais nacionais.

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