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A Polícia Federal, juntamente com o IBAMA e o Centro Tático Aéreo do Maranhão, iniciou nesta terça-feira (27/09) a operação Grimpas – Dupla Usurpação. O objetivo da operação é controlar a extração ilegal de ouro e os danos ambientais ocorrendo na Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses, no Estado do Maranhão.

A ação provém de um inquérito policial que investigava a atividade de mineração clandestina, envolvendo tratores, escavadeiras e outros equipamentos para a extração de ouro. A atividade ilegal utilizava dragas, bicos de jato e escavadeiras hidráulicas, causando sérios danos ao meio ambiente, como a destruição de vegetação, erosão do solo, contaminação dos corpos d’água devido ao uso de mercúrio e a destruição de habitats naturais.

Durante a investigação, que contou com tecnologia de geolocalização, imagens de alta resolução e análise do cadastro ambiental rural, foram identificados os principais garimpeiros da região, bem como os proprietários das terras, que cobravam uma porcentagem dos lucros da extração ilegal. Um dos envolvidos já enfrenta acusações semelhantes devido a outro inquérito policial e anteriormente ocupou o cargo de prefeito de Godofredo Viana/MA.

A operação foi realizada nos municípios de Godofredo Viana e São Luís, no Maranhão, com a participação de mais de 130 agentes públicos, incluindo a Polícia Federal, o IBAMA e a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, com o apoio do Comando de Operações Táticas (COT), Grupo de Pronta Intervenção (GPI) e o Centro Tático Aéreo da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão.

Foram executados seis Mandados de Busca e Apreensão, emitidos pela 8ª Vara Federal Ambiental e Agrária da SJMA, sendo cinco em residências e um na área do garimpo ilegal, que foi dividido em 12 zonas devido à sua vasta extensão.

Durante a operação, equipamentos usados na extração e beneficiamento ilegal de ouro foram apreendidos e destruídos. Essa medida foi tomada para evitar o transporte e armazenamento desses equipamentos, o que poderia comprometer a segurança das autoridades envolvidas e prevenir a utilização indevida do material, reduzindo assim os riscos ambientais.

Uma pessoa foi presa em flagrante durante as ações da operação, e em sua residência foram encontradas armas de fogo e 415 gramas de ouro. Os envolvidos enfrentarão acusações que incluem contrabando, receptação qualificada e crimes ambientais, conforme previsto na Lei 9.605/98, além do crime de usurpação de bens da União devido à exploração não autorizada de recursos minerais pertencentes à União, o que causa prejuízos significativos aos cofres públicos devido à falta de pagamento da Compensação Financeira pela Exploração Mineral.

O nome da operação faz referência à origem do termo “garimpo,” que se relacionava à exploração ilegal de minérios nas serras, chamadas “grimpas” na época, originando assim o termo “grimpeiro” e, posteriormente, “garimpeiro.”

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