-->

O projeto, desenvolvido pela SEDEPE, representa um compromisso com o futuro sustentável do Maranhão, quando a energia solar desempenhará papel fundamental na melhoria da qualidade de vida das comunidades quilombolas

A secretaria de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégios (SEDEPE) assinou, na quinta-feira (21), um Termo de Parceria e Cooperação Mútua com a Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal do Maranhão (FSADU) e a comunidade quilombola, Piqui da Rampa, localizada em Vargem Grande-MA. Participaram do encontro, a Fundação Sousândrade, pesquisadores das universidades UFMA e UEMA, do IFMA e representantes da comunidade Piqui da Rampa.

O Termo de Parceria significa a conjugação de esforços de ambas as partes para incentivar e facilitar a realização do Programa Raízes Solares. O programa, idealizado pela SEDEPE, tem como objetivo apoiar e valorizar comunidades tradicionais do Maranhão, a partir de seus conhecimentos e tradições, associados às atividades de redução de emissões de gases de efeito estufa. Em conjunto com a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP, visa ao desenvolvimento sustentável dessas comunidades.

A comunidade quilombola maranhense de Piqui da Rampa desempenhará um papel fundamental neste projeto, contribuindo com conhecimentos locais, culturais e práticas tradicionais que serão integrados à implementação das soluções de energia solar. A colaboração estreita entre as partes envolvidas promete trazer benefícios significativos, não apenas em termos de acesso à energia limpa, mas também no fortalecimento de outras comunidades quilombolas e na promoção do desenvolvimento sustentável no Maranhão.

Critérios de organização interna – Segundo o secretário José Reinaldo Tavares, a escolha da primeira comunidade contemplada, Piqui da Rampa, como local de implementação do projeto-piloto de energia solar, se deu em virtude do atendimento de determinados critérios de organização interna. O secretário fez questão de enfatizar que todas as decisões serão tomadas a partir das demandas trazidas pela comunidade.

Muito emocionada, Valdenice dos Santos, uma das lideranças de Piqui da Rampa e doutoranda em Biotecnologia pela Rede Bionorte, que congrega instituições da Amazônia, expressou seu entusiasmo com o andamento do Programa.

“Este é um momento que nos enche de alegria. Nossa comunidade sempre enfrentou as piores dificuldades. Eu me emociono porque a gente nunca desiste. Lembro do meu pai, um grande incentivador, que, enquanto trabalhava na roça, me deixava em frente a uma pequena TV e dizia pra eu assistir, pois quando ele voltasse queria saber o que eu tinha aprendido. Agradeço ao secretário José Reinaldo por sempre nos apoiar, pois quem não sente a dor do outro não pode ser chamado verdadeiramente de humano”, declarou.

Luciane Gurgel, presidente em exercício da Fundação Sousândrade, expressou sua satisfação com a reunião, destacando que o projeto está em um estágio avançado de desenvolvimento. Ela ressaltou a importância de avançar na captação de recursos e garantiu sua disponibilidade para prestar assistência no que for preciso.

Já Walter Santos, vice-presidente da Associação Piqui da Rampa, enfatizou que o secretário José Reinaldo é muito querido pela comunidade e que essa admiração remonta aos tempos em que ele ocupava o cargo de governador. Santos ressaltou o impacto significativo da visita de José Reinaldo à comunidade naquela ocasião, lembrando que na época muitos duvidaram que um governador iria visitá-los, mas ele surpreendeu a todos ao fazê-lo. Esse gesto permanece vivo na memória da comunidade e continua a ser lembrado com emoção pelos quilombolas.

“Só estamos aqui porque o secretário ouviu a gente. Lembro quando ele era governador, a comunidade sempre dizia: nunca que um governador vem aqui visitar a gente e, de repente, ele chegou. E até hoje ninguém nunca esqueceu esse momento”, relatou, emocionado, o quilombola.

O Termo assinado estabelece que cada instituição envolvida designará um representante para coordenar as atividades de cooperação. Esses representantes terão a responsabilidade de supervisionar e acompanhar todas as ações decorrentes deste acordo, bem como quaisquer instrumentos jurídicos que possam ser celebrados no futuro. Além disso, cada instituição nomeará um coordenador específico para cada instrumento jurídico, garantindo uma abordagem estratégica e eficaz em relação às atividades conjuntas, de acordo com as áreas de atuação específicas. Isso demonstra o compromisso das partes em garantir que o Projeto Raízes Solares seja prolongado de maneira eficiente e que atenda às necessidades das comunidades quilombolas.

A próxima etapa agora será a elaboração de uma lista de demandas pela comunidade. A UEMA declarou sua disposição em enviar seus melhores especialistas para visitar a comunidade, ouvir suas contribuições e colaborar na seleção dos primeiros projetos a serem implementados.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *