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Uma operação policial descobriu uma rede de jovens que comercializava mais de 20 milhões de logins e senhas de instituições como a Justiça e as principais polícias brasileiras. A investigação teve início com a identificação de um adolescente de 17 anos, localizado em Bady Bassitt, São Paulo. Este jovem, identificado como Adolescente A, havia inserido informações falsas no sistema da Polícia Civil de São Paulo através de seu próprio computador.

A ação da polícia foi registrada em vídeo por um membro da quadrilha, que posteriormente foi preso. Outro membro, identificado como Lucas Barbas, de 18 anos, conhecido na internet como Fusaao, havia feito alterações no sistema para ocultar sua ficha criminal, declarando-se como falecido.

A investigação revelou que esses jovens se conheceram em comunidades de jogos no Discord, um aplicativo de mensagens popular entre os jovens. Usando servidores privados na nuvem e conexões fantasmas, eles tentaram dificultar o rastreamento, mas a polícia conseguiu identificar membros da quadrilha em diferentes locais do país.

O suposto líder do grupo, um adolescente de 14 anos identificado como Adolescente B, admitiu ter criado um programa de computador que permitia o acesso a qualquer site público ou privado. A quadrilha tinha acesso a sites de diversas polícias estaduais, Polícia Federal, Exército e Justiça, incluindo:

– Mais de 3.600 logins e senhas do Tribunal de Justiça de São Paulo
– 1.500 da Polícia Militar de São Paulo
– 500 da Polícia Federal
– Quase 150 do Exército
– 89 do Ministério Público de São Paulo

Enquanto o Adolescente B alegou ter acessado por curiosidade, os outros membros da quadrilha compartilhavam ou vendiam logins e senhas por preços que variavam de R$ 200 a R$ 1.000.

O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que os pais devem supervisionar as ações de seus filhos, com penalidades que incluem multas de 3 a 20 salários mínimos em caso de negligência. Os cinco hackers detidos na Operação Lotter – Fraudador Digital em junho foram liberados, mas o Adolescente A voltou a ser apreendido e está sob custódia na Fundação Casa.

Lucas Barbas, conhecido pelo apelido Fusaao, foi preso por envolvimento com quadrilha que obtinha senhas de sites públicos. — Foto: TV Globo/Reprodução

A defesa de Lucas Barbas alega sua inocência, enquanto o Discord, onde os criminosos se encontraram, afirmou adotar uma política de tolerância zero para atividades ilegais, removendo conteúdo, proibindo usuários e colaborando com as autoridades ao tomar conhecimento desse tipo de conduta.

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