MANOEL SANTOS NETO
Depois de concorrer à sucessão do então prefeito Edivaldo Holanda Júnior, em 2020, o deputado estadual Neto Evangelista (União Brasil) agora se prepara para entrar de novo na disputa pela Prefeitura de São Luís, nas eleições municipais do ano que vem.
Para 2024, ele garante que, além de já ter “plano de governo concreto e arrojado”, está empenhado em reunir as condições para ganhar as eleições.
Terceiro colocado em 2020, ficando atrás de Duarte Júnior e de Eduardo Braide, Evangelista não esconde seu entusiasmo em face do novo cenário político do Estado.
Muito novo, ele iniciou sua trajetória como parlamentar aos 22 anos, ainda em 2010. Ao tomar posse de seu primeiro mandato em 2011, foi eleito 2º vice-presidente da Assembleia Legislativa para o biênio 2011/2013, chegando a ocupar a presidência interina da Assembleia Legislativa em 2012, sendo o mais novo presidente de Poder Legislativo das Américas, com apenas 23 anos.
Em 2015, depois de reeleito deputado estadual, Neto Evangelista pediu licença do mandato para aceitar o convite do então governador Flávio Dino e assumir a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social.
Reeleito para o terceiro mandato com cerca de 50 mil votos, nas eleições de 2022, Neto Evangelista tem se dedicado à tarefa de se especializar em gestão pública, procurando aprofundar os conhecimentos que adquiriu quando secretário.
Em ritmo de preparação para a retomada dos trabalhos na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (1º de agosto), após o recesso regimental, Neto Evangelista recebeu ontem a reportagem do Jornal Pequeno e concedeu esta entrevista:
– Como está o seu projeto de disputar a sucessão do prefeito Eduardo Braide?
– Esse projeto não é meu. Tenho conversado bastante com forças políticas e com as pessoas de nossa cidade. O sentimento que eu tenho encontrado é o da necessidade de entrarmos na disputa e vencer as eleições. Infelizmente, na nossa cidade não está acontecendo o básico, não tem remédio nas UBS nem nos hospitais; muitas crianças não têm fardamento escolar, essa gestão está marcada pela quantidade de greves problemas que já teve em nosso sistema de transporte, muitos bairros estão intrafegáveis; enfim… a cidade não está funcionando.
– O que fazer para a cidade funcionar?
– Quero entrar para colocar o básico para funcionar e dar a ela o potencial de crescimento que nossa cidade tem. Graças ao governador Brandão tivemos um potencial explorado, que é o turismo cultural durante o São João, a cidade lotou. É incrível como a população perdeu a capacidade de sonhar com algo grande em São Luís quando a aposta é na prefeitura. Vou mostrar que é possível. Garanto que não falta dinheiro, falta gestor.
– Como foi a experiência de disputar a Prefeitura de São Luís nas eleições municipais de 2020?
– Disputar uma eleição majoritária é importante para todo tipo de amadurecimento, evita algumas afobações que tenho visto; e, óbvio, estudar profundamente a cidade em todos os seus detalhes. Em 2020 talvez não tenha me preparado para ganhar as eleições, na época me preparei para ser prefeito. Nosso plano de governo era arrojado, concreto e respeitando a capacidade orçamentária e financeira da cidade.
– Há a possibilidade de uma escolha do candidato a prefeito de São Luís do grupo situacionista ser feita em comum acordo entre o governador Brandão e o ministro Flávio Dino?
– Tudo é possível, e estou aqui disponível para isso.
– O senhor defende lançamento de candidato único da situação ou mais postulantes?
– Não entro nessa discussão porque não existe esse negócio de consórcio de candidatos, mas lógico que se pudéssemos ter apenas um candidato já no primeiro turno seria o melhor dos mundos. Um candidato que una o grupo e que tenha condições de ganhar a eleição em São Luís. Não se inventa candidato. Por duas vezes já se tentou e não houve sucesso. As ruas devem ser ouvidas, mais do que quantitativamente, de forma qualitativa.
– Como o senhor vê as especulações sobre rompimento entre Flávio Dino e Brandão?
– Eles são homens públicos maduros. Não acredito nisso.
– Como foi o desempenho de seu mandato no primeiro semestre desta nova legislatura?
– Tenho me dedicado às causas que me comprometi na campanha: defesa das pessoas com deficiência, contra a violência doméstica, pelas causas sociais e contra as injustiças. Procuro apresentar projetos para que se tornem leis que efetivamente mudem a vida das pessoas de algum modo. Assim sempre fiz e continuarei fazendo.
– Quais as matérias e proposições de sua autoria que ganharam maior destaque?
– São leis que mudam a vida das pessoas de algum modo e projetos que ajudam as pessoas. Posso citar alguns: a lei Aline (busca imediata de idosos, crianças e pessoas com deficiência em caso de desaparecimento); lei do laudo permanente para autistas; a lei antifogos e várias outras. Fiz projetos como o Arraial da Inclusão, que foi fantástico, e agora teremos o Aprova São Luís com aulões gratuitos para revisão do Enem e Paes. E damos apoio a instituições importantes do nosso Estado, como o Hospital Aldenora Bello e a AMA (Associação dos Amigos dos Autistas). (Entrevista concedida ao Jornal Pequeno).