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Derrota era previsível, e insistência em alterar regras fez com que debilidade de apoio no Congresso fosse escancarada

Ministros do próprio governo consideraram desastrosa a decisão de Lula de enviar ao Congresso dois decretos alterando o marco legal do saneamento, o que o levou a sofrer a primeira derrota expressiva na Câmara dos Deputados, informa a jornalista Mônica Bergamo, na coluna Painel, da Folha de S. Paulo.

Segundo Bergamo, ao menos três deles manifestaram, em conversas com colegas “perplexidade com o fato de o presidente insistir em uma proposta que seria previsivelmente derrotada. Teria faltado uma percepção mínima da realidade”.

“O governo iniciou, com isso, um ciclo de votações de matérias importantes na Câmara passando por um vexame e escancarando a debilidade de sua base parlamentar –quando poderia, na avaliação dos mesmos ministros, começar com propostas mais simples e consensuais e sair vitorioso”, diz Painel.

A derrota é creditada, principalmente, ao ministro Rui Costa, da Casa Civil, que teria insistido no assunto

Fervura – Já parlamentares citam também o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que passou a ser alvo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Na visão dos ministros que criticam a iniciativa, o governo não entendeu que o marco legal não era considerado obra do governo de Jair Bolsonaro (PL), mas sim do próprio Congresso —que resistiria a qualquer tentativa de alteração.

Os decretos foram derrotados na Câmara por 295 a 136 votos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já afirmou que a “tendência” é de que os senadores também rejeitem a proposta, sacramentando a derrota de Lula.

 

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