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Convocados pela Câmara Municipal de São Luís, os secretários municipais Joel Nunes (Saúde/Semus) e David Col Debella (Obras e Serviços Públicos/Semosp) prestaram esclarecimentos, ontem, durante longa audiência no plenário Simão Estácio da Silveira sobre as intermináveis obras do Hospital da Criança, em São Luís. O pedido foi feito pelo vereador Edson Gaguinho, do União Brasil. Joel disse que o estado tinha ficado responsável pela finalização da reforma do hospital.

Joel Nunes disse que o Estado tinha ficado responsável pela finalização da obra do Hospital da Criança

A convocação dos auxiliares do prefeito Eduardo Braide foi requerida e aprovada em plenário após a morte de uma criança indígena por falta de atendimento no Hospital da Criança. O bebê, de 10 meses de vida, faleceu ao dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araçagi, Região Metropolitana de São Luís, depois de ter seu atendimento negado no Hospital Dr. Odorico Amaral de Mattos (Hospital da Criança), da rede municipal de saúde da capital maranhense.
Debates – A reunião foi conduzida pelo presidente em exercício da Câmara, Francisco Chaguinhas. O autor do requerimento, Edson Gaguinho, abriu a audiência ressaltando que o orçamento da Semus é de cerca de R$ 1 bilhão e que os recursos deveriam ser suficientes para atender às demandas do município e evitar situações como a morte do bebê.

“Nós fomos fazer uma vistoria no Hospital da Criança, fomos no SAMU também e presenciamos o local funcionando de forma precária. Crianças sendo medicadas no corredor, sem lençol e faltando medicamentos. Com um orçamento tão grande desses, com tantos recursos, atendendo a população dessa maneira”, disse.
O vereador também questionou a situação da reforma do Hospital da Criança. “A gente não sabe da empresa, o que estão fazendo, o que estão entregando, quais as medições. Por esse motivo chamamos os secretários para explicar essas questões. Nós presenciamos a obra praticamente parada”, afirmou.

Joel Nunes explica – O secretário Joel Nunes informou que a obra inicialmente não era de responsabilidade do município e que, após diversas mudanças entre quem assumiria a conclusão da reforma, município ou estado, ao longo de quase 10 anos, foi assinado um novo termo de cooperação, no ano de 2018, com o objetivo de concluir o serviço. Segundo o secretário, o estado ficou responsável pela finalização da reforma.
Nunes afirmou que enviou um ofício à Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra) solicitando a continuidade do termo de cooperação com o estado. “O termo de cooperação acabaria em dezembro de 2021. Em novembro, um mês antes, eu enviei um ofício solicitando a prorrogação da assinatura do termo de cooperação entre o estado e o município. Neste ofício, eu peço à Sinfra um aditivo de tempo para que eles possam continuar a executar a obra. Não houve respostas”, afirmou.

Ordem de serviço – Em junho de 2022, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, assinou, então, a Ordem de Serviço para a reforma e ampliação do Hospital da Criança, com o investimento inicial de R$ 10 milhões, assumindo a obra.

Joel Nunes relatou, também, dificuldades em encontrar vagas em outros hospitais para transferir e alocar os pacientes do Hospital da Criança e liberar espaço para o avanço das obras. Ele acredita que, apesar das dificuldades, a Prefeitura de São Luís vai finalizar a reforma em breve. “Nós vamos entregar a obra do Hospital da Criança, que o Maranhão espera, não só São Luís”, disse.

Prazo – Ao se manifestar, o vereador Octávio Soeiro fez algumas perguntas e o principal questionamento foi em relação ao prazo de finalização da obra do Hospital da Criança. O secretário David Col Debella informou que a expectativa é que a obra seja entregue no final do segundo semestre.

“Até o final deste ano, no segundo semestre, estaremos entregando, sim, o Hospital da Criança. Totalmente renovado e correto, para o uso adequado da população de nossa cidade”, afirmou o gestor.

Dores de cabeça – Durante a audiência, o secretário Joel Nunes e o vereador Aldir Júnior tiveram incômodos com dores de cabeça, recorrendo a comprimidos. O parlamentar chegou a ter atendimento médico, o que não aconteceu com Nunes, que não achou necessidade de ser atendido. Segundo informou a Câmara, o secretário sentiu dores de cabeça e teve uma baixa de pressão, mas nada de mais grave.

 

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