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Companhia tem blocos exploratórios nas bacias sedimentares Potiguar e Barreirinhas, que compõem a porção brasileira da Margem Equatorial

Evento Shell Cenários com a presença do presidente da Shell, Cristiano Pinto da Costa (C), e do vice-presidente Global de Ambiente de Negócios, Lászlo Varró (D) e do estrategista da empresa, Peter Wood (E), no B Hotel em Brasília. | Sérgio Lima/Poder360

O presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, afirmou que a companhia tem interesse na decisão a ser tomada pelo governo de explorar ou não a Margem Equatorial. O executivo classifica a perfuração na região como uma decisão estratégica, que deve ser tomada junto ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). “A Shell tem interesse que o Brasil tome essa decisão, que é importante e estratégica. Se o Brasil tomar essa decisão, a Shell depois vai estudar se vai querer participar ou não”, afirmou.

A companhia tem blocos exploratórios nas bacias sedimentares Potiguar e Barreirinhas, que compõem a porção brasileira da Margem Equatorial. Segundo Cristiano, a Shell está estudando o que fazer com esses ativos. Mais 3 bacias formam a região: Pará-Maranhão, Ceará e Foz do Amazonas –onde a Petrobras tenta obter licença ambiental para perfurar um poço.

Há opiniões divergentes no governo. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende a perfuração na margem e vai lançar um programa para aumentar a produção nacional de petróleo. Mas a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem se mostrado reticente. Marina afirmou em entrevista ao site de notícias Sumauma, em março, que encara a exploração na Foz como encarou a construção de Belo Monte.

A demora para a emissão da licença ambiental pelo Ibama se deve a questões sobre o impacto de um eventual vazamento de petróleo na região. Há na Foz do Amazonas um sistema de recifes que funciona como ponto de conexão entre as espécies do Caribe e do Atlântico.

“Muita gente na indústria, e nós também, acredita que o Brasil tem um potencial geológico muito grande na Margem Equatorial, que hoje está inexplorado. Veja o que aconteceu na Guiana. O Brasil precisa decidir se quer testar esse potencial ou não, e isso para mim é uma questão estratégica, de governo, no CNPE”, afirmou.

Cristiano participou da apresentação dos cenários de transição energética da Shell, nesta 4ª feira (12.abr), em Brasília. Segundo o estudo, tanto no cenário mais otimista quanto pessimista, há necessidade de investimento em novos campos de petróleo durante a transição.

A diferença é que os investimentos devem se concentrar em alguns países e regiões. Para a Shell, o Brasil é um deles. Menores custos de produção e segurança jurídica são fatores determinantes nessa escolha.

“No Brasil, achamos que os recursos serão amplamente desenvolvidos. Vocês têm um ambiente regulatório estável, recursos com intensidade de carbono relativamente baixa, petróleo de qualidade e infraestrutura de custo competitivo. Então achamos que vocês podem competir em um mundo Sky ou Archipelagos”, afirmou o consultor chefe de energia da Shell, Peter Wood.

O executivo menciona os 2 cenários de transição traçados pela Shell:

Sky 2050 – Considera os passos necessários para que o mundo consiga zerar emissões líquidas de carbono até 2050 e limitar o aumento de temperatura global a 1,5 ˚C;

Archipelagos – Considera decisões de países visando à segurança energética, em um contexto pós-pandemia e de guerra na Ucrânia. É um cenário mais pessimista em relação à transição, com permanência relevante de fontes fósseis na matriz energética mundial.

(Lais Carregosa – Poder 360)

 

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