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O comandante da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), Coronel Pedro Ribeiro, revelou um sentimento de insatisfação com a Justiça do Maranhão, ao se manifestar sobre a morte do médico Bruno Calaça Barbosa, de 24 anos, assassinado a bala pelo soldado identificado como Adonias, na madrugada desta segunda-feira, 26, no bar Dell Lagoa, na Avenida Beira-Rio, em Imperatriz.

Em entrevista ao programa Rádio Patrulha (Mirante AM), Pedro Ribeiro criticou a justiça por retornar à corporação militares excluídos por prática de delito. “Nós já excluímos aqui vários bandidos da corporação para limpar do seio da nossa sociedade, mas infelizmente a justiça está voltando”, disse o comandante ao apresentador do programa, radialista Domingos Costa. “O Bruno nem chegou a discutir com ele. Estava sentado e um amigo desse soldado o levou até o Bruno e ele simplesmente atirou no rapaz. Covarde, covarde, frio, mau… e nós vamos dar resposta necessária, que é prisão, excluí-lo da corporação, e com certeza a justiça vai tomar as devidas providências para julgar e condenar esse indivíduo cruel assassino.  E tomara que a justiça não volte, porque nós já excluímos aqui vários bandidos da corporação para limpar do seio da nossa sociedade, mas infelizmente a justiça está voltando”, afirmou Pedro Ribeiro.

O CRIME – Uma confusão originada por uma suposta tentativa de assédio teria sido o motivo da morte do médico.Tudo começou em meio a uma festa no Dell Lagoa, quando um empresário do ramo de autopeças, identificado como Waldek, teria ‘esbarrado’ algumas vezes na jovem Luna Lemos, namorada de um irmão de Bruno, o que teria sido interpretado como assédio, como se o empresário estivesse querendo ‘dar em cima’ da garota. Waldek estava acompanhado de um outro empresário, identificado como Ilker, também do ramo de autopeças, e de Ricardo Barbalho, que seria advogado.

Insatisfeita com a atitude de Waldek, Luna relatou o fato para o irmão de Bruno, conhecido como Willian, iniciando-se, assim, a partir daí, uma confusão com empurra-empurra e tentativas de agressão. O proprietário do Dell Lagoa interveio e apartou a briga, fazendo com que todos os envolvidos dessem as mãos. Momentos  mais tarde, já com a festa encerrada e as luzes acesas, Bruno estava encostado no palco, sentado, enquanto Barbalho e um dos empresários, conforme pode ser visto num vídeo divulgado nas redes sociais, passaram a conversar com o soldado Adonias, apontando para o local onde estavam Bruno, seu irmão Willian, Luna e outros amigos. No vídeo, percebe-se que Barbalho e o empresário falam alguma coisa ao ouvido do policial Adonias e em seguida o militar, acompanhado de um deles, vai na direção de Bruno. O empresário se aproxima do médico, fala alguma coisa e desfere um murro a altura do ombro de Bruno, que reage com um empurrão, como querendo livrar-se dele. Em seguida, Adonias saca um revólver e atira em Bruno Calaça, que ainda fica em pé alguns segundos e cai, enquanto o policial e o empresário se retiram.

Pela manhã, ciente do crime, o secretário da Segurança Pública, Jefferson Portela, destacou para Imperatriz o delegado Praxiteles Martins, titular da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), para comandar as investigações.