-->

Principal defensor da retomada de obras no pós-crise, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, do Rio de Janeiro, publicada nesta sexta-feira, 7, que o país precisa ampliar investimentos em programas de infraestrutura e políticas sociais: “Parece que temos uma faca cravada no olho e estamos preocupados com o cisco”, afirma.

A ênfase no momento recai sobre obras voltadas para a oferta de água nas regiões Norte e Nordeste, onde o presidente Jair Bolsonaro busca apoio para reeleição em 2022. “Recebi uma missão do presidente de ter um olhar todo especial para o Nordeste”, disse.

Aliado a parte dos militares, Marinho personifica o contraponto no governo ao discurso de austeridade fiscal do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ontem, Guedes prometeu uma “redução drástica” de despesas em 2021. “O déficit seria de 1% do PIB neste ano, mas vai chegar a 11% do PIB”, afirmou, em referência aos gastos para conter impactos da pandemia. “Em 2021, voltaremos à trajetória fiscal”.

Nas últimas semanas, aumentaram os sinais de pressão no governo por mais gastos. O senador Flávio Bolsonaro disse, também em entrevista, que Guedes terá que “arrumar um dinheirinho” para as obras. E o governo elabora uma consulta ao Tribunal de Contas da União em busca de folga orçamentária de R$ 10 bilhões.