-->

Após sofrer derrota na Câmara dos Deputados, o governo negocia com Senado um texto alternativo ao pacote de socorro aos estados e municípios. A equipe econômica sugere auxílio de R$ 77,4 bilhões , dos quais R$ 40 bilhões em transferências diretas do Tesouro, e o restante de suspensão da dívida com a União e bancos públicos. A proposta foi rejeitada por deputados na segunda-feira. Em seu lugar, a Câmara aprovou projeto com custo de R$ 89,6 bilhões, que prevê que a União compense os entes federados de perdas na arrecadação de ICMS e ISS.

O governo considera a proposta da Câmara um “cheque em branco” para governadores e prefeitos e deseja contrapartidas, o que não consta do projeto da Câmara. A equipe econômica quer o compromisso de não haver reajuste de salários do funcionalismo por dois anos.

O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, disse que congelar salários de servidores “é questão moral”. Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, os estados não vivem três meses com a proposta do governo.

O presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, reuniram-se para discutir o assunto. A proposta foi bem recebida, e Alcolumbre sugeriu a edição de uma medida provisória sobre o tema e não vai votar o texto da Câmara. A decisão tem como pano de fundo uma disputa entre as duas Casas do Congresso a respeito do protagonismo nas ações contra a pandemia. (O Globo)