Não procede a informação disparada pela Assessoria de Comunicação da Polícia Militar do Piauí, de que o deputado estadual Fábio Macedo (PDT-MA) foi autuado em flagrante depois de lesionar com um copo de vidro na testa o cantor Leo Cachorrão, conhecido também como Playboy dos Paredões, e ferido na mão um soldado da PM local. A Central de Flagrantes de Teresina decidiu apenas lavrar um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) e depois liberar o parlamentar maranhense.
Macedo fora preso, na madrugada deste sábado, no Boteco & Cervejaria Bendito (Avenida Nossa Senhora de Fátima, área nobre de Teresina – PI), e, segundo a assessoria da PM piauiense, enquadrado nos artigos 129 (lesão corporal) e 139 (difamação), do CPB (Código Penal Brasileiro), delitos afiançáveis.
O incidente que envolveu o parlamentar maranhense aconteceu logo depois que Fábio Macedo cobrou uma suposta dívida de 150 mil reais de Leo Cachorrão, que fazia um show no ‘Bendito’. Diante da cobrança, houve uma forte discussão entre os dois que resultou na agressão. Um copo arremessado pelo deputado provocou lesão na testa do cantor, que foi medicado num hospital local e submetido a exames de corpo de delito.
Na confusão, Fábio Macedo teria reagido à voz de prisão e agredido um dos policiais da Polícia Militar do Piauí, que saiu ferido na mão.
O Portal Meio Norte, de Teresina, noticiou a prisão de Fábio Macedo com a transcrição do áudio, já viralizado na internet, gravado por um dos PMs envolvidos na prisão do parlamentar. Na versão do Meio Norte, “Fábio Macedo foi preso após tentar pegar o microfone do cantor Leo Cachorrão. Ele supostamente teria agredido o músico que teria evitado que o deputado tomasse o microfone para cantar e depois, supostamente, agredido o policial que foi chamado para evitar a briga”.
“Durante a condução de Fábio Macêdo para a Central, os policiais gravaram suas ameaças”, publicou o portal teresinense.
“Aí vai morrer gente. Gente mata gente. Vocês são polícia, mas gente mata gente”, diz o deputado.
“Eu não entendi”, fala o policial do Piauí.
“Mata, pode matar”, respondeu.
“Eu sou deputado estadual, eu não sou nada, não, reeleito. Eu não fiz nada”, declarou Fábio Macêdo.
“Você lesionou duas pessoas. Um policial e outro cidadão”, falou o policial.
“Policial? Eu nem trisquei nele. Eu tenho provas também. Compadre, em trisquei em você?”, indagou o parlamentar.
“Eu estou aqui lesionado. Eu tenho testemunhas. Você me lesionou. Por isso, eu estou te levando para a Central (de Flagrantes) . Vamos ser sinceros ”, contraargumentou o policial.
“Isso é certo, isso é certo. Não fui, eu. Não fui, eu”, falou o deputado estadual.
“Por isso, eu estou te levando para a Central. Eu te convidei para ir para a Central?”, disse o policial.
“Você grita agora porque é policial, mas eu te pego”, falou o homem que se identificou como deputado estadual reeleito Fábio Macêdo.
“Você não é autoridade , rapaz?”, indagou o policial, já bastante irritado.
“Mas, eu sou. Sou mais do que tu, sou deputado, sou rico. Vou mandar te matar, vagabundo. Vou te pegar, eu te mato. Eu vou te matar. Chama teus policiais”, falou o deputado.
“Tranquilo”, responde o policial.
“Vou mandar te matar”, retruca o parlamentar.
“Tá”, responde o policial.
“Esse cara está morto”, fala o deputado estadual, no final da gravação feita pelos policiais.