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(…) “É incorreto dizer que o governador não teve sua parcela de contribuição para o sucesso dessa conspiração maquiavélica; afinal, como ele próprio admite – não publicamente, mas entre amigos –, seu erro foi não receber José Reinaldo nas tentativas que ele fez para que os dois se encontrassem – a última delas num evento recente para entrega de uma ambulância à Prefeitura de Tutóia, na porta do Palácio dos Leões. Flávio acertou para recebê-lo, mas, talvez pelo excesso de demandas do chefe do executivo, o encontro não aconteceu.

Mas, independentemente da história de José Reinaldo, da importância dele para a vitória da ‘ex-esquerda’ em 2006 contra o império Sarney, a ponto de aqui mesmo, no Colunaço, dizer-se que o Maranhão devia (devia, não; deve) esse mandato de Senador ao ex-governador, também responsável pela chegada de Flávio à política e pela vitória de Jackson Lago…, independente de tudo isso, o governador havia traçado uma linha, uma estratégia que Reinaldo não compreendeu nem teve paciência de esperar. E aí vem outra falha de Flávio Dino: antes de traçar a sua ‘linha’ para escolha dos dois candidatos ao Senado, o governador maranhense, em nome da História, teria, ‘lá atrás’, de ter definido Zé Reinaldo como o seu ‘candidato número 1’. Mas, infelizmente, de alguma forma isso ‘se perdeu’ e Dino não o fez. E o que prevaleceu foi a ‘regra’ que Flávio estabeleceu, e que, se Reinaldo tivesse compreendido e tido a paciência que o delicado momento exigia, fatalmente seria o segundo nome escolhido, já que Weverton havia resolvido a questão partidária seguindo a ‘regra’ e se viabilizando como primeiro nome. Agindo assim, no mínimo, Zé Reinaldo tiraria a ‘desculpa’ de Flávio Dino, se fosse verdade o que ele imaginava…, que o governador ‘não o queria’. Se fosse verdade, porque a reação do governador ao rompimento, fato que poucos conhecem, mostra o contrário…, mostra que ele queria na sua chapa o amigo que o ajudou a realizar o seu sonho de se tornar político.

Quem, equivocadamente, fala que Flávio Dino “não reconhece nada”, não consegue entender os seus objetivos de mudar práticas e costumes nesse estado. Talvez o choro sentido do governador em seu discurso no velório de Humberto Coutinho ajude um pouco nessa compreensão”… (Publicado em 18 de março de 2018)