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A agenda de compromissos do presidente eleito, Jair Bolsonaro, prevista para esta semana, inclui reuniões com bancadas parlamentares de quatro partidos, MDB, PRB, PR e PSDB. Os encontros foram organizados pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Os compromissos representam uma nova direção na maneira como o presidente eleito vem dialogando com parlamentares. Até aqui, ele tem privilegiado as conversas com as chamadas bancadas temáticas. O futuro ministro da Saúde Henrique Mandetta foi indicado após aval de deputados ligados ao setor; Ricardo Vélez Rodriguez assumirá a Educação com o apoio dos evangélicos; na Agricultura, Tereza Cristina é líder dos ruralistas.

Esses grupos reúnem deputados de diferentes partidos em defesa de uma causa ou setor específico — como a “bancada da bala”, aliada de primeira hora de Bolsonaro. Entretanto, a formação de maioria no Congresso somente a partir dessas frentes parlamentares é incerta.

Para aprovar medidas que alteram a Constituição, como a reforma da Previdência, o governo deve contar com pelo menos 308 votos. O PSL de Bolsonaro terá a segunda maior bancada da Câmara — com 52 deputados, atrás do PT, que terá 56. Os encontros de agora têm um potencial de arregimentar 126 deputados para a base de apoio de Bolsonaro — MDB tem 34 eleitos; PR, 33; PRB, 30; e PSDB, 29.

O DEM, que até agora foi contemplado com três ministérios (Saúde, Agricultura e Casa Civil), não anunciou adesão formal ao próximo governo — embora o presidente nacional da sigla descarte fazer oposição. O partido terá 29 deputados a partir de 2019. (Veja online)