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O grupo de 25 africanos resgatados em alto-mar na noite de sábado (11) por pescadores cearenses e trazido para o Maranhão disseram ao serem encontrados e salvos que tiveram de beber a própria urina para sobreviver.

“A comida acabou e a água potável também e para se manterem vivos eles beberam a própria urina”, disse o pescador Moisés Santos, um dos salvadores dos africanos.

O grupo de africanos naturais de cinco países (Senegal, Nigéria, Guiné, Serra Leoa e Cabo Verde) contou que saiu do Cabo Verde num catamarã, após pagarem, cada um, cerca de 800 dólares (R$ 3.000) a dois “coiotes” (transportadores de imigrantes ilegais) brasileiros.

O destino do grupo seria Natal (RN) e de lá iriam para o Rio de Janeiro e São Paulo, em busca de trabalho.

Depois de uma tempestade em alto-mar, o catamarã teve o mastro danificado e ficou à deriva durante 35 dias. Quando foram resgatados, desidratados e famintos, os africanos não comiam nada há pelo menos cinco dias.

“Mesmo quando se alimentavam, era só dois biscoitos por dia”, disse o pescador Moisés Santos.

Os dois “coiotes” brasileiros que trouxeram os africanos (o baiano Sílvio da Paixão Freitas e o potiguar Josenildo do Nascimento Teodoro), estão presos na sede da Polícia Federal do Maranhão, no bairro da Cohama.

Segundo o delegado de Imigração da PF, Luís André Lima Almeida, eles vão responder por tráfico de pessoas. (Publicado em 21 de maio de 2018)