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A nova investigação da Polícia Federal sobre a suposta existência de uma organização criminosa que impede a elucidação da morte da vereadora carioca pelo PSOL Marielle Franco deverá apurar se houve má conduta e proteção ilegal a criminosos por parte de policiais civis do Rio de Janeiro.

A TV Globo teve acesso ao pedido de investigação que levou ao novo inquérito. O documento mostra possível “falta de isenção nas investigações” sobre o assassinato de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes, em março, com base em depoimentos que também indicam “desvio de conduta de autoridades”.

Ontem (quinta, 1º), o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou que a Polícia Federal abriu a investigação para apurar a suposta existência de uma organização criminosa que estaria impedindo a elucidação do crime.

A abertura de um novo inquérito sobre o caso foi pedida pela procuradora-geral da República Raquel Dodge, a partir de dois depoimentos colhidos por procuradores federais. Atualmente, a investigação sobre o caso está a cargo da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Um dos depoimentos foi prestado em 22 de agosto pelo ex-policial militar Orlando de Oliveira Araújo, o “Orlando da Curicica”, um dos principais suspeitos pela morte de Marielle. O outro, de uma testemunha que não teve a identidade revelada, ocorreu no dia 15 de setembro.

Há relatos de que a organização criminosa conta com a participação não só de policiais, mas também de milicianos e integrantes do jogo do bicho no Rio de Janeiro.

Ontem, Raul Jungmann disse que a entrada da PF no caso se torna necessária por envolver, além de organização criminosa, indícios de coação no curso do processo, fraude processual, favorecimento pessoal, patrocínio infiel, exploração de prestigio, falsidade ideológica, fraudes e eventual crime de corrupção. (Camila Bomfim, da TV Globo)