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O delegado de Campos Sales (cidade cearense localizada na divisa com o Piauí), Bruno Fonseca Albuquerque, já apurou que 17 policiais da PM-CE participaram da ação desastrada ocorrida na madrugada de quarta-feira (1º), na rodovia CE-371, que terminou com a morte do jogador de sinuca paraibano José Messias Guedes Oliveira, conhecido como Messias, de 35 anos. Ele e outros três jogadores (também paraibanos) estavam num Toyota Corolla que foi atingido a tiros pelos PMs após serem confundidos com assaltantes. Os quatro viajavam para a capital maranhense, São Luís, com a finalidade de participar do 5º Campeonato Norte/Nordeste de Sinuca. Durante uma parada num posto de combustível de Antonina do Norte (cidade próxima a Campos Sales), para lanchar e abastecer o carro, um frentista viu estojos de tacos de bilhar no Corolla, ‘deduziu’ que eram armas e denunciou o grupo à polícia.

Os 17 policiais que participaram da operação foram ouvidos ainda na quarta pelo delegado Bruno Fonseca, responsável pela investigação do caso.

As armas utilizadas pelos PMs foram apreendidas para que seja apurado de qual delas saiu o disparo que matou Messias.

Os três jogadores de sinuca que igualmente estavam no carro e que sobreviveram também prestaram depoimento.

Wendel Félix Xavier, 35 anos, Gutiely Pereira de Araújo, 30 (que dirigia o Corolla), e Josean Leite de Oliveira declararam à polícia que em momento algum ficou caracterizado que se tratava de um bloqueio policial, e negaram que haviam ‘furado’ o suposto bloqueio da PM, ao contrário do que alegou a SSP-CE em nota oficial sobre o episódio.

Esse é o segundo caso, em menos de 2 meses, em que abordagens policiais terminam em morte no Ceará. Em junho, a pedagoga Giselle Távora Araújo, foi morta a tiros efetuados por policiais, em Fortaleza, quando teve seu carro confundido com o de um criminoso. (Oswaldo Viviani)