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A Polícia Civil do Distrito Federal fez buscas, ontem (domingo, 17), na cela que abriga o ex-ministro da Articulação Política do governo Michel Temer, Geddel Vieira Lima (MDB-BA), e o ex-senador Luiz Estevão. Os dois dividem um alojamento com outros presos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Segundo a polícia, as buscas foram autorizadas pela Justiça e motivadas pela denúncia, feita por um detento, de que os políticos estariam recebendo ‘regalias’ na prisão.

Barras de chocolate, anotações que seriam de Geddel e pelo menos cinco pendrives – supostamente, de Luiz Estevão – foram apreendidos.

O advogado de Geddel Vieira Lima disse que “estranha, mais uma vez, a defesa técnica não saber da operação antes da imprensa”. A defesa de Luiz Estevão também disse desconhecer as buscas, e não quis se pronunciar.

De acordo com a Polícia Civil, durante as buscas, Estevão tentou se livrar de um pendrive jogando o dispositivo na privada. O aparelho foi recuperado e passará por perícia.

Além do conteúdo dos itens apreendidos, os investigadores querem descobrir quem facilitou a entrada dos alimentos e das mídias.

A ação foi realizada pela Coordenação de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF e pela Promotoria de Execução Penal do Ministério Público do DF.

Geddel Vieira Lima foi denunciado na operação Cui Bono? e está preso em Brasília desde setembro – antes, ele passou três meses em prisão domiciliar na Bahia. Durante a investigação, a PF descobriu R$ 51 milhões em malas e caixas em um apartamento atribuído a ele, em Salvador (BA).

Geddel foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de investigação. Ele está em prisão preventiva, e ainda aguarda julgamento.

Já o ex-senador pelo DF Luiz Estevão foi condenado a 26 anos de prisão por fraudes e desvios nas obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Essa sentença já transitou em julgado, ou seja, não pode ser alvo de novos recursos.

Em março, a pena de Estevão foi ampliada pela Justiça em 2 anos, pelo crime de sonegação fiscal.

Tanto Geddel quanto Estevão cumprem pena no Centro de Detenção Provisória (CDP), no complexo da Papuda. Além dos presos provisórios, o CDP tem ala reservada para ex-policiais e detentos com direito a cela especial. (Com G1)