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A Justiça Federal do Distrito Federal aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o ex-procurador da República Marcello Miller e o empresário Joesley Batista.

Com isso, eles se tornam réus na Justiça Federal em Brasília. Nesse caso, Miller é acusado receber oferta de vantagem indevida de R$ 700 mil para ajudar o J&F (grupo do qual a JBS faz parte e que tem entre os donos Joesley Batista) a obter informações para fechar acordo de delação premiada.

Também se tornaram réus no processo a advogada Esther Flesch e o ex-diretor jurídico da JBS Francisco de Assis e Silva.

Antes de sair da Procuradoria-Geral da República, Miller atuou na Operação Lava Jato, que tem o grupo J&F entre os investigados.

Conforme a acusação do MPF, “Joesley Batista e Francisco de Assis ofereceram promessa de vantagem indevida a Marcello Miller e Ester Flesch, para que o primeiro, ainda que potencialmente, praticasse atos de ofícios em seu favor”.

Na semana passada, a Polícia Federal concluiu que Marcello Miller ajudou na delação, mas não interferiu na produção de provas, nem orientou Joesley Batista durante as gravações espontâneas realizadas pelo empresário.

De acordo com a acusação, Marcello Miller usou conhecimentos e acesso que tinha à Procuradoria Geral da República para obter informações privilegiadas.

Ele teria começado a receber pelo trabalho em fevereiro de 2017, mas só deixou o cargo oficialmente em abril. O valor de R$ 700 mil, conforme o MP, foi calculado pelo pagamento das estratégias de negociação e revisão dos anexos. Para o MP, Marcello Miller foi o “estrategista” da delação da J&F. (Com G1)