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A jornalista Mônica Bergamo, editora da coluna Painel, da Folha de São Paulo, publicou informação exclusiva sobre uma grande preocupação da cúpula petista.
Na noite de sexta (6), quando já estava resolvido que a prisão de Lula seria apenas uma questão de tempo, integrantes da cúpula do PT confessaram, dentro do Sindicato dos Metalúrgicos, temer o dia seguinte à saída do petista de cena. Esses dirigentes reconhecem o risco de acefalia e têm receio de que, com a ausência de seu principal líder, a sigla mergulhe em inédita guerra interna. O bate-cabeça que quase impediu o ex-presidente de se entregar, conforme a publicação, mostraria que há motivos para antever o pior.
A coluna de Bergamo traz outras informações interessantes.
A mobilização da militância que tentou impedir a saída de Lula do sindicato, atribuída a uma orientação dos petistas, irritou a direção da PF, que subiu o tom e impôs uma trava às negociações.
Aliados de Lula chegaram a sugerir que ele se entregasse de madrugada, em ambiente mais ameno, mas a polícia não aceitou. Emparedado pelo órgão, o PT decidiu que o ex-presidente sairia a pé. Um dos filhos de Lula sugeriu a formação de um cordão humano só com apoiadores do ex-presidente.
Uma pessoa que acompanhou as negociações e a escalada de tensão disse que os petistas optaram por “colocar as próprias vidas em risco” para cumprir a ordem de prisão e evitar o agravamento da situação jurídica de Lula.
Com a detenção do ex-presidente, o PT deve transformar Curitiba em seu centro político. Na segunda (9), o partido fará a próxima reunião de sua executiva na capital paranaense. Os dirigentes petistas estão convocando a militância para fazer vigília permanente na cidade.
A direção do partido adotará o discurso de que Lula é um preso político. “Não vamos sair de Curitiba. Nossa prioridade é a libertação dele”, diz a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente da sigla.