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Desde o fim de semana, com intensificação no domingo, 30, os corredores da Secretaria da Segurança Pública e do comando-geral da Polícia Militar do Maranhão especulam, por todos os cantos, que o secretário de estado da Administração Penitenciária, Murilo Andrade, assumirá a SSP em lugar de Jefferson Portela.

Trata-se de uma meia verdade. O fato é cogitado em setores do Palácio dos Leões, mas não há qualquer definição. E se isso acontecer – revelou a O INFORMANTE uma fonte governista fidedigna – será numa circunstância em que o governo fundiria as duas postas, com a denominação Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária.

Erro – Fundindo ou não fundindo, o governo cometeria um erro tirando da Seap um secretário que revolucionou o sistema penitenciário do Maranhão; que acabou com os motins, as rebeliões, com os assassinatos de presos, cabeças decepadas; que está fazendo um trabalho de ressocialização reconhecido por todo o Brasil. Seria temerário por demais colocar todo esse trabalho em risco. Mesmo fundindo as duas secretarias, tiraria de Murilo Andrade toda a concentração que mantém no Sistema Penitenciário do Maranhão. A Secretaria da Segurança Pública é uma pasta complexa demais, e certamente exigiria um esforço muito grande de Murilo Andrade, a ponto, indubitavelmente, de comprometer o trabalho revolucionário que faz na Seap.

Soluções – O governo tem nomes que pode aproveitar para a pasta e que evitariam esse sacrifício perigoso de Murilo Andrade, que precisa continuar com tranquilidade o trabalho que desenvolve no sistema penitenciário do Maranhão. Tem nomes, por exemplo, como o ex-deputado Raimundo Cutrim, que mantém uma boa relação com o vice Carlos Brandão e pode voltar a fazer o trabalho que fez na SSP.

A Polícia do Maranhão tem dois momentos: um antes e outro depois de Raimundo Cutrim. Quando assumiu a SSP, no então governo de Roseana Sarney, Cutrim mudou a cara da segurança pública do estado. Tirou a polícia do mar de lama em que se encontrava, com delegados e agentes envolvidos em corrupção e em assassinatos de encomenda com o crime organizado. Combateu com coragem o crime organizado, mandou para a cadeia políticos, policiais e personalidades importantes da sociedade maranhense. Credenciaram-no para assumir a pasta o trabalho que havia feito no Ministério Público, na gestão do hoje desembargador Jamil Gedeon, e no Detran, sob o comando do Coronel Ventura, recentemente falecido. Foi Cutrim, com o apoio de Ventura, o responsável por desbaratar a quadrilha dos Fiéis Depositários. Seria um nome a ser considerado por Flávio Dino e Carlos Brandão. Que podem até pensar em outros nomes; o que não podem é colocar em risco o hoje organizado e acreditado Sistema Penitenciário do Maranhão. Tirar Murilo Andrade da Seap não seria nem um tiro no pé; seria na barriga.