-->

Na contramão da crise que afeta os carros 0 km, o mercado de usados está aquecido. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) foram 10 milhões de usados vendidos até agosto.

Com exceção dos carros comerciais leves, em agosto foram vendidos 6,8 usados para cada um 0 km. Para se ter uma noção do impacto, a média de 6 para 1 não era quebrada desde 2004.

Um dos principais motivos foi a alta dos preços dos carros 0 km e a baixa produção. Como o setor automobilístico está em crise por falta de peças, as produções caíram e os preços aumentaram.

Somado a isso, a pandemia incentivou muitas pessoas a buscarem alternativas para o transporte público. Por isso, a demanda por veículos aumentou consideravelmente. Na falta de 0 km (com preço alto) o mercado de seminovos ficou aquecido.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) comentou a situação do mercado automotivo nacional. Os números gerais não foram os melhores dos últimos tempos. Na verdade, foram os piores dos últimos 16 anos.

“Foram 172,8 mil unidades vendidas, no pior agosto desde 2005. A queda foi de 1,5% sobre julho e de 5,8% em relação a agosto de 2020”. É o que relata a Anfavea.

Em comunicado, a Associação destacou que as exportações apresentaram índices positivos em agosto. A vacinação em processo acelerado no Brasil contribuiu para o aumento da estabilidade e confiabilidade.

“Outros destaques positivos são a reação das exportações e a manutenção do nível de emprego ao longo da pandemia. Após recuo em julho, as exportações reagiram em agosto, com alta de 23,9% sobre o mês anterior. Ao todo foram 29,4 mil veículos embarcados, 5,5% a mais que em agosto do ano passado”.

Sobre a produção de veículos, o mês passado também apresentou números ruins. Foi o pior agosto desde 2003, ou seja, em 18 anos. A queda somou 21,9% de produção menor que no mesmo mês, em 2020. Porém, é importante ressaltar que a falta de semicondutores afetou diretamente a produção de veículos. Em 2020, os componentes eletrônicos eram distribuídos normalmente.

Por Gabriela Stahler