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Tirando de lado os ultra bolsonaristas, o Brasil levou um grande susto, hoje, à tarde, com a possibilidade de demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Felizmente e graças à pronta ação de ministros do governo, dos presidentes de Senado e Câmara, de parlamentares e, possivelmente, de uma avaliação preliminar da péssima repercussão que essa exoneração traria para o presidente da República, Bolsonaro desistiu de cometer talvez o seu maior erro desde que assumiu o Palácio do Planalto.

Passado o susto, Luiz Henrique Mandetta anunciou, em entrevista coletiva, um reposicionamento do governo no tratamento da doença que atemoriza o mundo. Torçamos para que esse reposicionamento inclua ações do próprio presidente, que há exatamente uma semana havia feito um pronunciamento, em cadeia nacional, que representou um certo alento aos brasileiros, para, no dia seguinte, jogar por terra tudo que falou, ao publicar – e apagar duas horas depois – um vídeo falso. Torçamos para que finalmente o presidente, a exemplo de Donald Trump, caia em si e se reposicione.

Esse reposicionamento deve se estender aos políticos e à imprensa, principalmente à imprensa militante. Aos políticos, para que, como falou – e muito bem – o ministro Paulo Guedes, da Economia, deixem as brigas para depois, porque agora temos um inimigo mortal e comum a derrotar. E à imprensa – os setores da mídia suscetíveis a sensacionalismo e intrigas -, para que reposicione a informação. É hora de UNIFICAR O DISCURSO e focar na doença que mata e que se está espalhando.

Não é um reposicionamento fácil, porque envolve egos e falta de humildade. Mas também não é impossível. Hora de começar a dar exemplos, de começar a fazer gestos nesse sentido.