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Pensando em garantir maior autonomia às pessoas com deficiência visual no ambiente de trabalho, um aluno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) desenvolveu o projeto ‘Protótipo de medidor de temperatura e umidade audível com sistema de comandos por voz’.

Trata-se de uma balança que emite informações sonoras e é controlada por comandos de voz, utilizando uma plataforma de prototipagem. O autor da balança é Anthony Eduardo da Silva Cutrim, estudante de Ciências Agrárias no campus Maracanã.

O estudo obteve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA). A balança está em uso há dois anos e segue sendo aprimorada.

Segundo o presidente da FAPEMA, Nordman Wall, a instituição se orgulha de poder viabilizar projetos que façam a diferença na vida das pessoas. “Nós parabenizamos o estudante Anthony Cutrim pela brilhante ideia e temos a satisfação de ter sido a FAPEMA uma contribuinte para que o projeto saísse do papel”, afirmou.

Nordman Wall acrescentou ainda que o Governo do Estado tem se empenhado para ampliar a oferta de bolsas e proporcionar o desenvolvimento das pesquisas no Maranhão.

Como surgiu o projeto

Anthony Eduardo Cutrim contou que o equipamento foi pensado para atender demanda de um aluno que cursava Zootecnia na universidade. “Fomos convidados a desenvolver um sensor de temperatura e umidade para ser utilizado na agricultura e avicultura pelas pessoas com deficiência visual”, disse.

“A proposta é que possam executar algumas atividades com mais facilidade, acessibilidade e autonomia, sem que precisem depender de outras pessoas”, acrescentou Anthony. Ele explicou que a balança é desenvolvida a partir de protótipos, tendo como base instrumentos de medida digitais de precisão acessíveis e com a finalidade de ser uma tecnologia assistiva.

Alessandro Henry, zootecnista IFMA Maracanã, tem um negócio na área de avicultura e já utiliza a balança. “Posso ter controle da condição alimentar, do ganho de peso e da quantidade de ração utilizando a balança. O melhor de tudo é que posso fazer esse procedimento sozinho”, comentou.

De acordo com Alessandro, com o auxílio da balança ele passou a negociar melhor e a economizar nos insumos que utiliza, obtendo uma redução de 50% nos custos para a criação de aves.

Melhorias

O sensor de temperatura e umidade criado por Anthony coleta os dados do ar no aviário e envia à plataforma tecnológica, o Arduino, que por sua vez decodifica as informações e converte em voz. Esse som é emitido em alto-falante e pode ser verificado também em display.

“Essas possibilidades tornam o instrumento acessível a todos”, explicou Anthony. Para melhorar a ferramenta, ele avalia instalar um amplificador de áudio, com adaptação de plug para fone de ouvido, e acionamento dos resultados das medidas de temperatura e umidade por comandos de voz.

O trabalho traz satisfação e orgulho para Anthony por facilitar o cotidiano das pessoas com deficiência auditiva. “Trabalhar em um projeto com propósito assistivo tem proporcionado vivenciar as inúmeras barreiras que o aluno com deficiência enfrenta. Isso tem demandado mais tempo e dedicação, e se mostra um desafio bastante inovador, com importantes significados”, avaliou.

Com o protótipo, Anthony Cutrim diz que quer poder contribuir com a área de Tecnologias Assistivas, garantindo às pessoas com deficiência visual e baixa visão a oportunidade de participar ativamente, com autonomia e independência, nas atividades práticas de laboratório e em outros ambientes da vida cotidiana, que necessitem do uso de balanças digitais com diversos níveis de precisão.

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