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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem uma articulação para formação de uma chapa única na eleição para presidente da entidade. O presidente Ednaldo Rodrigues, destituído pela Justiça, e a oposição negociam e há a possibilidade de ele abrir mão da candidatura. Seria candidato da maior parte das federações estaduais, Gustavo Feijó ou Flávio Zveiter, representantes da oposição.

Flávio Zveiter e Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF
Imagem: Rafael Ribeiro/CBF

O Tribunal de Justiça do Rio determinou a destituição de Ednaldo Rodrigues por tornar inválida a assembleia que o elegeu. A argumentação é de que a assembleia se sustentava em um acordo com o Ministério Público Estadual ilegítimo. A decisão foi referendada no Superior Tribunal de Justiça, mas é alvo de nova ação no Supremo Tribunal Federal.

Até quarta-feira, havia duas correntes na CBF angariando apoios de federações para uma futura eleição, determinada pela Justiça. Uma corrente de Ednaldo pela situação e outra de Feijó e Zveiter pela oposição.

Houve encontros em Brasília nesta quinta-feira por iniciativa de Ednaldo com Gustavo Feijó e o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, com a intermediação do presidente da Câmara, Arthur Lira.

Ednaldo diz que a oposição o procurou, e a oposição diz que foi o presidente da CBF que buscou um acordo. Fato é que houve uma sinalização de possível acordo entre as partes. Pelo arranjo possível, ele não seria candidato a presidente, mas poderia compor em um cargo na diretoria, talvez vice.

“Quando fui procurado, foi no sentido de unificar. Era para unificar a chapa e ela ser vencedora, e ganhando não ter contestação como aconteceu. O Futebol brasileiro precisa de paz. Temos um grupo forte de federações”, disse Ednaldo Rodrigues. “Eu estou tendo desprendimento”.

“Ele (Feijó) foi procurado pelo Ednaldo para compor. (Ednaldo) Disse que tem sete federações. Disse que há espaço para compor, mas ele não apresentou um pleito. Vamos submeter ao nosso grupo. Estamos aguardando para avaliando se ele tem sete federações”, disse Flávio Zveiter. “Precisa saber se ele tem as sete federações”, completou Feijó.

No jogo de xadrez das federações, Zveiter e Feijó alegam ter 15 federações em seu grupo, o que seria uma maioria no total de 27. Já Ednaldo diz que tem bem mais de sete e que só vai abrir mão da candidatura a depender de quem for o candidato.

Certo é que, se juntarem os dois grupos, poderão ser mais de 20 federações. Assim, inviabilizaria qualquer outra candidatura já que são necessárias oito entidades para inscrever um candidato, seria uma chapa única.

“Em princípio, teria de sentar com o grupo todo (para analisar a proposta de Ednaldo). Qual o projeto para o futebol brasileiro? Se for só trocar cargo em chapa não interessa. Já estamos com 15 federações. Se de fato tem sete federações, vamos submeter para as 15 (esse acordo)”, completou Zveiter.

“O caminho é esse (de um acordo). Quando todo mundo inviabiliza A ou B, perde o futebol. Tendo a chapa de conciliação é o melhor cenário. Futebol está no recesso”, completou Ednaldo.

A partir da definição do grupo, seria escolhido o cabeça de chapa entre Feijó e Zveiter. “A gente está construindo em conjunto a chapa. Não dá para compor chapa sem saber com quem tá”, completou. Mas Ednaldo só aceita abrir mão da candidatura a depender de quem for o candidato.

Do outro lado, Carneiro Bastos não concordou com o arranjo. Ele articula para fazer sua própria chapa. Pode ter apoio dos clubes de São Paulo e alguns de outras séries. Mas, sem ao menos oito federações, sua candidatura seria inviável.

Para Ednaldo, é o momento de todos abrirem mão de algo. “Teve alguém mais prejudicado ou que tenha perdido mais do que eu? Tive uma eleição clara, limpa, e fui tirado”, argumenta. (UOL).

 

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