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O Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgou os recursos da Procuradoria e da defesa dos jogadores denunciados por supostos esquemas de apostas no futebol. Os quatro jogadores do caso foram: Mateusinho (Cuiabá), Ygor Catatau (sem clube), Paulo Sérgio (Operário-PR) e André Queixo (Nam Dinh, do Vietnã). Apenas Catatau teve a pena mantida. O lateral Mateusinho saiu de 720 para 600 dias de suspensão, com R$ 50 mil de multa.

Todos eles defendiam o Sampaio Corrêa e foram denunciados por partida da série B no ano passado. A Procuradoria recorreu somente no caso do jogador André Queixo, que teve apenas multa financeira, sem gancho de suspensão. O jogador, que hoje defende o clube Nam Dinh, do Vietnã, acabou sendo o único com pena aumentada: 600 dias de suspensão, além de manter os R$ 50 mil.

Dos quatro julgados, apenas Mateusinho esteve presente no STJD , ao lado da mãe e de dois irmãos. Seus empresários também foram ao julgamento – um deles saiu incomodado com a pena e causou mal-estar no tribunal. Atualmente no Cuiabá, o jogador tremia e estava abraçado com a mãe durante boa parte do julgamento.

Segundo a defesa, o atleta confessou, mas pediu diminuição da pena. Os advogados ressaltaram que o Sampaio Corrêa – equipe que o lateral defendia na época – estava com salários atrasados.

– Gostaria de lembrar o voto do doutor Claudio, atual presidente do TJ-RS: “Se eu tivesse a certeza de que a pena máxima iria acabar com todo esse sistema, eu aplicaria”. Estamos falando de um sistema, onde eles (jogadores de futebol) vão continuar sendo punidos, encontrados, mas a ponta principal, nunca. Tenho que apená-los com uma pena que incentive que os outros, que estão dentro, a virem a tona e revelarem como tudo funciona – disse Marcelo Jucá, advogado de Mateusinho.

Apesar da decisão mantida em segunda instância, Ygor Catatau já teve o contrato rescindido anteriormente no Irã. Revelado pelo Madureira e com passagens pelo Vasco, o atacante atuava no Sepahan desde o início de 2023. Catatau foi identificado pelos auditores do tribunal como intermediário do grupo de cinco jogadores do Sampaio Correa – por onde atuava em 2022 – e que foram denunciados pela Procuradoria do STJD.

Antes, depois e status das penas:

Veja o antes – do julgamento na 5ª Comissão Disciplinar do STJD no dia 06 de junho – e depois – do Pleno nesta tarde de quinta – das punições aos quatro atletas. Confira abaixo:

Ygor Catatau (sem clube)

Antes: eliminado e multa de R$ 70 mil

Depois: pena mantida

Matheusinho (Cuiabá)

Antes: 720 dias e multa de R$ 70 mil

Depois: 600 dias e multa de R$ 50 mil (pena reduzida)

Paulo Sérgio (Operário-PR)

Antes: 720 dias e multa de R$ 70 mil

Depois: 600 dias e multa de R$ 50 mil (pena reduzida)

André Queixo (Nam Dinh, do Vietnã)

Antes: multa de R$ 50 mil

Depois: 600 dias e R$ 50 mil (pena aumentada em dias)

A diferença entre eliminação e banimento

A decisão por eliminação – caso do jogador Ygor Catatau – significa que existe a chance do atleta retornar a jogar. Isto porque o CBJD prevê que dois anos após a penalização o jogador pode recorrer pelo retorno às atividades em novo processo.

Bom esclarecer que para voltar ao esporte ele precisa ser julgado novamente (no caso, no STJD, órgão que lhe impôs a pena) e mostrar que merece os efeitos da reabilitação, com provas de que estava estudando ou trabalhando e três testemunhas a seu favor.

No outro caso, do banimento, é diferente. A punição é usada no doping e é considerada definitiva. O atleta fica sem poder praticar qualquer modalidade esportiva pelo resto da vida.

Veja as outras sentenças:

Moraes (Aparecidense-GO): 720 dias e R$ 55 mil

Gabriel Tota (Ypiranga-RS): eliminação e multa de R$ 30 mil

Paulo Miranda (sem clube): 720 dias e R$ 70 mil

Eduardo Bauermann (Alanyaspor, Turquia): 360 dias e multa R$ 35 mil

Igor Cariús (Sport): absolvido

Fernando Neto (São Bernardo): 360 dias e R$ 15 mil

Matheus Gomes (sem clube): eliminação e multa de R$ 10 mil

Kevin Lomónaco (Bragantino): 360 dias e R$ 25 mil

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