Pelo menos oito mulheres que tiveram atendimento médico com o ginecologista especializado em ultrassonografia, Dr Kemuel Pinto Bandeira, diretor da clínica Humani, localizada na Avenida dos Holandeses, denunciaram o profissional por importunação sexual.
O médico também atende em Açailândia, tanto na rede privada como pelo SUS. As denunciantes são também desta cidade, duas delas grávidas que precisaram fazer exames de imagens. Ocorre que neste tipo de procedimento a única parte do corpo da gestante a ser tocada seria a barriga. Mas não foi o que aconteceu.
Confira alguns relatos das supostas vítimas de Kemuel.
“Logo após ele introduzir o gel, ele começou a massagear minha parte íntima. Ele começou a massagear lá e eu já achei estranho, sabe? Ele colocou o aparelho aqui na minha barriga e a mão dele, a outra mão, que geralmente é a mão que fica no computador para ele anotar as informações, ele colocou no meu quadril. E o dedão dele ficou praticamente dentro da…”
“Ele começou a fazer movimentos de vai e vem com o aparelho. Ele pegou nas partes, todas as partes. Ele chegou a tocar no momento que estava fazendo o exame. Quando eu mudava de posição, que eu ficava de costa para ele, ele apalpava o meu bumbum e apertava. Quando ele tocava lá na minha região íntima, ele também apertava muito”.
A primeira a denunciar Kemuel foi a advogada Marina Wanda que contou detalhes do atendimento estranho durante um exame para mapeamento de endometriose na clínica em São Luís no início do mês. O depoimento é chocante.
“Já começou ali do preparo, que eles tinham que colocar um gelzinho dentro da vagina. Depois que ele colocou o gel, ele começou a passar a mão na minha vagina várias vezes. E aí depois eu notei que ele estava sem luva, ele passava o álcool na mão, mas não tive reação para questionar ele por que ele estava sem luva. Aí ele começou a fazer o exame e ele começava a passar o dedo no meu clitóris. Começou a passar, passava várias vezes. E aquilo estava me incomodando muito. E aí ele já tinha passado também o dedo duas vezes no meu ânus. Ele tirava a mão da máquina pra ficar me acariciando com as duas mãos. Eu só falei pra ele assim Tá estranho, né, doutor? Esse exame é estranho, né? E aí ele não falou nada. Só parou de fazer os movimentos que ele estava fazendo. Terminou e eu saí, vim pra casa.”
A advogada disse que chorou muito e decidiu contar ao marido. Os dois decidiram ir juntos à clínica procurar a esposa do médico, que também é ginecologista e contaram o ocorrido questionando sobre os procedimentos. Uma semana depois Marina registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil após outras supostas vítimas terem também registrado BO contra Kemuel. Todas relataram comportamento abusivo durante atendimento médico.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) acompanha o caso e informou que vai abrir sindicância para apurar as alegações. Após uma reportagem exibida pela TV Mirante, a defesa de Dr. Kemuel afirmou à emissora que ainda não foi formalmente intimada para prestar esclarecimentos.
O mínimo que se pode esperar é a cassação da matrícula do CRM.