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A taxa de desemprego no Brasil registra uma queda, atingindo 7,7% no terceiro trimestre de 2023, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre anterior, estava em 8%. No entanto, especialistas alertam que esse declínio pode encontrar um limite em breve, previsto para o início de 2024.

O economista Daniel Duque, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), observa que o número de pessoas empregadas está aumentando, especialmente entre aqueles com carteira assinada, o que é positivo. No entanto, ele ressalta que os números não são tão elevados quanto a taxa de desemprego sugere, e que o país está se aproximando do limite de crescimento do emprego sem impacto significativo na inflação.

A diminuição de 63,4% para 61,6% na taxa de participação na força de trabalho, embora pareça modesta em termos percentuais, representa quase dois milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego no país nesse período.

O economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, também do FGV Ibre, sugere que um fator para a queda na taxa de participação pode ser o aumento do benefício do Bolsa Família. Com o valor mínimo elevado para R$ 600,00, grupos de baixa renda podem ter desistido de procurar emprego.

Daniel Duque acrescenta que o desemprego deve se estabilizar nos próximos meses, já que a taxa atual de 7,7% se aproxima do que os economistas chamam de “taxa de equilíbrio”, na qual o mercado de trabalho não exerce pressão sobre a inflação. A estabilização da taxa de desemprego em níveis mais baixos, como 7,3% ou 7,5%, é esperada, e o crescimento do emprego já está desacelerando. Se as condições econômicas permanecerem inalteradas, é provável que o desemprego pare de diminuir e se estabilize no início de 2024.

Os dados do IBGE também revelam que, com a taxa de desemprego de 7,7% no terceiro trimestre, o Brasil atingiu o menor nível desde fevereiro de 2015, quando ficou em 7,5%. No entanto, ainda não recuperou o patamar anterior à crise econômica de 2015-2016, apesar das mudanças na economia desde então.

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