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A população negra brasileira enfrenta desigualdades grandes em áreas como emprego, renda, educação e participação política quando comparada à população branca. Além disso, apresenta taxas desfavoráveis de vitimização por violência. Quando se analisam as condições de saúde, mais uma vez, as pessoas negras enfrentam desvantagens, com maiores incidências de certos problemas de saúde.

Dados do boletim “Saúde da População Negra”, apresentados pelos ministérios da Saúde e da Igualdade Racial, destacam que questões como mortalidade materna, acesso a exames pré-natais e doenças infecciosas são mais preocupantes na população negra.

No Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, especialistas ressaltam os impactos do racismo na saúde dessa parcela da população, que representa mais da metade dos brasileiros, de acordo com o IBGE.

Uma das razões para esses dados preocupantes é o racismo, que é considerado um fator determinante na vida das pessoas negras, afetando-as desde antes do nascimento até a morte. O racismo se manifesta em várias áreas, incluindo o acesso desigual aos serviços de saúde e o tratamento discriminatório no sistema de saúde, resultando em diagnósticos tardios e dificuldades no acesso a cuidados de saúde adequados.

A pandemia de COVID-19 também destacou como o racismo atua como um determinante social, afetando desproporcionalmente as pessoas negras que muitas vezes vivem em condições de maior risco.

Especialistas também apontam que o racismo afeta o tratamento de doenças, levando algumas a serem erroneamente consideradas “doenças de negros”. Além disso, condições genéticas, como a doença falciforme, que afeta principalmente pessoas negras, muitas vezes não recebem a devida atenção no sistema de saúde.

Além do racismo, a renda também é uma barreira significativa para a saúde da população negra, com acesso limitado a serviços de saúde de qualidade.

Especialistas pedem políticas de saúde que considerem a perspectiva étnico-racial, coletando dados e indicadores de saúde específicos para essa população e desenvolvendo práticas antirracistas nas instituições de saúde.

Durante a divulgação do boletim, o Ministério da Saúde destacou a importância de combater o racismo como parte da agenda de desenvolvimento sustentável e equidade. O Ministério da Igualdade Racial está trabalhando para fortalecer a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, incluindo o aprimoramento do registro de raça/cor nos sistemas de informação de saúde e o enfrentamento do racismo institucional.

Em resumo, o racismo tem consequências profundas na saúde da população negra, afetando seu acesso a serviços de saúde e o tratamento que recebem, e destacando a necessidade de políticas que enfrentem essas desigualdades.

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