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A prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma operação da Polícia Federal, causou desconforto no Alto Comando do Exército. Militares da reserva e da ativa relataram a Oeste que a maneira como a PF conduziu a operação foi mal recebida, e que a escalada do Ministério da Justiça contra militares pode aumentar a tensão na caserna.

Segundo alguns militares, as Forças Armadas, alinhadas com o Ministério da Justiça, estão adotando uma estratégia de “entregar os anéis para preservar os dedos”, referindo-se à operação que também resultou nas prisões de ex-seguranças de Bolsonaro. Além disso, oficiais alinhados ao presidente Lula avaliam que a PF desrespeitou o Estatuto dos Militares ao prender Cid.

Os militares também se incomodam com o fato de o comandante do Exército, general Tomás Paiva, ter participado de um almoço com Lula no mesmo dia em que houve a operação da PF. Isso gerou mal-estar na caserna e pode provocar o distanciamento entre os generais e as tropas.

Em geral, os militares acreditam que se a imagem do Exército está ruim atualmente, a culpa é dos próprios generais. Ninguém aceita submissão, omissão e covardia, afirmou um coronel. As cenas desta semana devem aumentar a tensão e o descontentamento na caserna, disseram os militares.

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