-->

O Brasil subiu 18 posições no ranking mundial de liberdade de imprensa, segundo relatório da organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Apesar da melhoria, o país ainda ocupa o 92º lugar no índice, que é apresentado anualmente no Dia da Liberdade de Imprensa, em 3 de maio. A entidade atribui a evolução na classificação à saída de Jair Bolsonaro do poder, que atacou sistematicamente jornalistas e veículos de comunicação durante seu mandato.

A ONG Repórteres Sem Fronteira (RSF) lança o Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2018, no Palácio Itamaraty, região central da cidade. Na foto, Artur Romeu, coordenador do RSF.

O diretor do escritório da RSF para a América Latina, Artur Romeu, destaca que a subida de 18 posições não necessariamente reflete uma mudança que já ocorreu no país, mas sim uma expectativa de mudanças possíveis com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. O estudo considerou dados até pelo menos março de 2023.

Apesar da melhoria no ranking, o Brasil continua enfrentando desafios importantes em relação à liberdade de imprensa. O país é historicamente violento para jornalistas e, nos últimos dez anos, só fica atrás do México em número de jornalistas assassinados. No ano passado, o Brasil protagonizou uma série de violências, incluindo o assassinato do jornalista britânico Dom Philips e do blogueiro cearense Givaldo Oliveira.

Para continuar melhorando a sua posição no ranking, a RSF avalia que o Brasil precisa reafirmar marcos legais, garantir a transparência pública e combater a desinformação. A entidade destaca que a desinformação é um problema global e exigirá atitudes concretas das lideranças políticas, incluindo o Congresso brasileiro, que discute um projeto de lei sobre o tema.

Apesar dos desafios, a RSF reconhece que o governo atual tem uma política de proteção na defesa de direitos humanos e criou um observatório de violência contra comunicadores. Isso demonstra a intenção do atual governo de marcar uma ruptura com o anterior.

O estudo da RSF avalia as condições do livre exercício do jornalismo em 180 países do mundo. Entre os indicadores que compõem o índice estão os políticos, sociais, legislativos, econômicos e de segurança. A análise leva em conta uma contagem quantitativa de abusos contra jornalistas e meios de comunicação, além de uma análise qualitativa com base nas respostas de especialistas em liberdade de imprensa selecionados pela entidade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *