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Especialista alerta sobre os impactos diretos dos cigarros eletrônicos na saúde cardiovascular

Com fortes dores no peito e dificuldade para respirar, a influenciadora Fernanda Schneider, mais conhecida popularmente na internet como “Fefe”, relata que após passar um dia inteiro no hospital, foi diagnosticada com uma inflamação no pulmão, decorrente do uso do cigarro eletrônico, popularmente conhecido como vape. Em um vídeo publicado em uma redes social, Fefe conta que começou a fumar aos 15 anos de idade, quando ainda morava nos Estados Unidos, e que nunca tinha mencionado em nenhuma de suas redes sociais que usava vape, há 7 anos.

No mês de abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reafirmou a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. A norma não trata do uso individual, porém veda o uso dos dispositivos em ambiente coletivo fechado. O não cumprimento é considerado infração sanitária e levará à aplicação de penalidade, como advertência, interdição, recolhimento e multa.

Com aromas e sabores diversos, os cigarros eletrônicos carregavam a promessa de serem uma alternativa menos prejudicial ao cigarro convencional. A Associação Médica Brasileira (AMB) alerta, porém, que a maioria dos vapes contém um alto teor de nicotina – droga psicoativa responsável pela dependência.

Apesar da proibição, uma pesquisa realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) em 2023, mostra que 2,9 milhões de pessoas usam cigarros eletrônicos no país. Entre os riscos, os que mais se destacam no uso de vapes é o aumento do risco de doenças cardíacas. Novos estudos científicos afirmam que a prática pode aumentar em até 20% os riscos de desenvolver problemas do coração.

O cardiologista e professor da Faculdade de Medicina de Açailândia, Pablo Germano de Oliveira, enumera os principais fatores de preocupação. “Câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, morte súbita e hipertensão arterial”, cita o especialista. Segundo Pablo Germano, o uso desses dispositivos também pode causar uma condição chamada ‘Evali’, sigla em inglês para designar uma lesão pulmonar grave, que se manifesta através de sintomas como tosse persistente, dores e cansaço.

“De acordo com estimativas do Ministério da Saúde, pacientes que fumam enfrentam uma redução média de 10 anos na expectativa de vida, e aqueles que param de fumar antes dos 40 anos podem reduzir o risco de morte em até 90%. É importante ressaltar que o cigarro eletrônico é tão ou mais perigoso que o cigarro convencional “, reforça o especialista.

Pablo ainda alerta que os cigarros eletrônicos apresentam riscos altíssimos equiparados aos dos cigarros convencionais, podendo aumentar a probabilidade de mais de 60 tipos de doenças, incluindo as respiratórias, cardiovasculares e circulatórias.

Saiba mais

Criados em 2003, a maior parte dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) usa bateria recarregável com refis. Essa bateria aquece o líquido presente no equipamento para criar vapor. O usuário, então, inala o vapor. Esses líquidos podem ou não conter nicotina em diferentes concentrações, além de aditivos, sabores e produtos químicos tóxicos à saúde, como propilenoglicol, glicerina e flavorizantes.

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