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Faltam apenas os votos de Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes, mas a maioria já está constituída. Os ministros chegaram à conclusão de que Bolsonaro cometeu abuso de poder político e usou indevidamente os meios de comunicação em uma reunião com embaixadores, em julho do ano passado. Na ocasião, segundo o TSE, o então presidente realizou ataques sem provas ao sistema eleitoral. A ação foi apresentada pelo PDT.

A primeira julgadora a votar nesta sexta foi a ministra Cármen Lúcia, que confirmou seu voto pela condenação do ex-presidente da República.

Na terça-feira, o relator, Benedito Gonçalves, já havia votado pela condenação de Bolsonaro, afirmando que ele havia violado “ostensivamente” os deveres de presidente:

“O primeiro investigado (Bolsonaro) violou ostensivamente deveres de presidente da República inscrito no artigo 85 da Constituição, em especial zelar pelo exercício livre dos poderes instituídos e dos direitos políticos e pela segurança interna, tendo em vista que assumiu antagonização injustificada ao TSE, buscando vitimizar-se e desacreditar a competência do corpo técnico e a lisura do comportamento de seus ministros para levar a atuação do TSE ao absoluto descrédito internacional e ainda despejou sobre as embaixadoras e embaixadores mentiras atrozes a respeito da governança eleitoral brasileira” afirmara Gonçalves.

No início da sessão de quinta-feira, Raul Araújo votou e afirmou que não tinha visto abuso no discurso de Bolsonaro aos embaixadores. O ministro reconheceu que o ex-presidente se excedeu em sua fala, mar argumentou que as declarações não conseguiram deslegitimar as urnas. “Embora não se possa negar que as eleições de 2022 experimentaram um conjunto de percalços e dificuldades oriundo de discursos de discursos inverídicos, no qual a fala do então presidente Jair Messias Bolsonaro é exemplo significativo, há de se igualmente reconhecer que a Justiça Eleitoral foi capaz de conduzir o pleito de forma orgânica, com ampla e livre participação popular”, afirmou.

Após o voto de Araújo, os ministros Floriano Marques e André Tavares votaram acompanhando o relator. Marques afirmou que houve “responsabilidade direta e pessoal” de Bolsonaro, que teria assumido “os riscos” da sua conduta.

“Concluo ter o primeiro investigado agido com responsabilidade direta e pessoal, assumindo os riscos da conduta, por ocasião do evento reunião com embaixador em 18/07/2022, em claro abuso do poder político, desvio de finalidade e do exercício de suas competências e ainda uso indevido dos meios de comunicação social oficiais em benefício da própria candidatura à reeleição”.

Braga Netto absolvido – Apesar da divergência sobre Bolsonaro, a maioria dos ministro absolveu o vice na chapa de Bolsonaro, o ex-ministro Walter Braga Netto, também alvo da ação. Os ministros consideraram que ele não teve participação no evento.

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