Brasil lidera ranking mundial de homicídios, revela estudo da ONU

O Brasil, de acordo com o Estudo Global sobre Homicídios 2023 da ONU, lidera em números absolutos de homicídios, com mais de 45 mil casos registrados em 2021.

Esse número supera outros países, como Índia, México, Estados Unidos e Mianmar. No total de 458 mil homicídios no mundo em 2021, 10,4% ocorreram no Brasil.

A análise ressalta que mais pessoas foram mortas por outros indivíduos do que por conflitos armados e terrorismo combinados, indicando uma média de 52 vítimas por hora.

Cerca de 40% desses homicídios no mundo envolveram armas de fogo e 22% objetos cortantes.

A América Latina e o Caribe detêm a maior taxa de homicídios, com 27% dos casos registrados em 2021.

Apesar disso, houve uma tendência de queda nas mortes violentas na região, exceto em alguns países.

A África teve o maior número absoluto de homicídios, enquanto as taxas per capita na Ásia, Europa e Oceania ficaram abaixo da média global de 5,8 por 100 mil habitantes.

O estudo destaca que, embora os homens representem a maioria das vítimas de homicídios (81%), as mulheres têm maior probabilidade de serem mortas por parceiros ou parentes, correspondendo a 54% de todos os homicídios domésticos e a 66% das vítimas de parceiros íntimos. Alarmantemente, 15% das vítimas eram crianças, totalizando 71.600 casos.

O ano de 2021 foi excepcionalmente letal em termos de homicídios, superando a média dos três anos anteriores.

O estudo atribui esse aumento parcialmente às consequências econômicas da pandemia de COVID-19 e, principalmente, ao crescimento do crime organizado e da violência sociopolítica e relacionada a gangues, sendo responsáveis por 22% dos casos em todo o mundo e 50% nas Américas.

As repercussões sociais e econômicas negativas da pandemia podem influenciar as tendências de homicídios, criando um ambiente propício ao aumento da criminalidade.