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O clima anda tenso em Santa Inês entre a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, e o sindicato dos professores do município.

Os professores e professoras emitiram nota repudiando e classificando de “enganosa e fraudulenta” uma manifestação da prefeitura, em nome da secretaria municipal de educação, publicada na última quinta-feira, chamando a categoria de’ professores de politiqueiros’.

Eis a íntegra da nota:
“Não estamos aqui por questões de política partidária, e sim de política pública, cobrando que se cumpra a lei de rateio do Fundeb, um recurso que é nosso de fato e de direito”, diz a nota. Investimos dos nossos próprios e escassos recursos para cobrar da gestão municipal e câmara de vereadores respeito e compromisso com a nossa classe e com a comunidade em geral. Nós, professores e professoras, somos quem tomaremos as medidas cabíveis, dentro da lei, quanto aos desvios de verbas do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e do Programa de Alimentação Escolar.
Exigimos, além de limpeza, merenda de qualidade, higiene e estrutura de qualidade, acessibilidade e bem estar, nas escolas públicas municipais, para nós e nossos alunos. Que a secretaria de educação e a gestão pública municipal que responda por tantas falácias. A comunidade não é cega.
Não falamos em atrasos de pagamentos e sim de desvios das verbas desses pagamentos, mês a mês, durante todo o ano de 2021.
É obrigação desta secretaria pagar em dias os salários dos servidores e portanto não precisa se orgulhar de se cumprir o que é um direito e obrigação.
Temos um plano de cargos e carreiras com tabela salarial, na qual a maioria dos professores recebe por ela e uma outra grande parte, de forma injusta, recebe acima dessa tabela, desviando assim as sobras dos recursos para pessoas que sequer moram na nossa cidade ou fazem parte dessa secretaria.
A pergunta não cala: pra onde vai o dinheiro desses servidores que recebem a mais?
Pra eles mesmos ou seria um tipo denominado rachadinha?
A própria secretaria de educação informou estes valores ao Siope, sistema de transparência federal.
Se existem essas informações lá, a secretaria de educação, que enviou as informações e, portanto, é a mesma que deve responder por essas contas que não batem, e não nós professores.
No ano vigente não houve pagamento de 1/3 de férias, conforme o comunicado no carro de som que passou espalhando inverdades e ultrajando nossa classe, já tão sofrida pelas condições insalubres de trabalho.
Os vereadores pouco se importam com professores ou com a comunidade em geral, prova disso são pessoas morrendo e com péssimo atendimento no hospital municipal e poucos vereadores reclamam disso.
Concursados ainda à espera de serem chamados, salas de recursos multifuncionais fechadas por falta de efetivar os concursados da área, enquanto a folha da educação engorda com os contratados que apoiam as irregularidades da gestão. Quando se fala de salários de mais de nove mil reais, entendam como salários de diretores, coordenadores e aqueles já citados anteriormente; ou seja, os que fogem aos valores da tabela salarial e de que não sabemos para onde de fato estão indo estes recursos.
O gestor nunca apareceu pra conversar com a classe demonstrando, assim, a enorme insensibilidade e falta de diálogo.
Não permitiremos que a secretaria de educação e a gestão municipal de Santa Inês trate com tamanho desrespeito nossa categoria e a comunidade em que vivemos. Apagar a educação é apagar o futuro”.

Prefeitura rebate – A prefeitura reagiu à manifestação dos professores e os acusou de fazer campanha difamatória, “orquestrada e financiada por indivíduos que usam de maneira indevida a imagem dos profissionais do município para fins politiqueiros”. Segundo a prefeitura, “o pequeno grupo de militantes políticos tem como intenção desgastar a atual gestão, visando ao fortalecimento de seus grupos para as eleições 2022”.

A prefeitura acusa ainda o sindicato de estar investindo uma grande quantia de recursos no pagamento de carros de som na sede e povoados, usando perfis falsos nas redes sociais e disseminando fake news em meios de comunicação do município.