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Três contas de três agências bancárias de São Luís, no Maranhão, foram o destino dos R$ 552,5 mil que saíram da conta da Prefeitura de Camocim e creditadas para fraudadores. O dinheiro foi liberado após contato feito via WhatsApp por estelionatários que clonaram o celular da prefeita Mônica Aguiar (PDT).

A conta que teve o maior repasse da Prefeitura de Camocim (R$ 445 mil, em três operações) é do Banco Inter, no formato digital – serviço disponibilizado pelo banco. O titular seria um advogado. Buscas online indicam que um homem com o mesmo nome foi preso por falsificar documentação veicular na capital maranhense. O caso foi em 2015 e tem registro na 6ª Vara Criminal.

Um outro beneficiado da transferência irregular do dinheiro de Camocim seria um empresário, titular de conta do Banco do Nordeste na agência da rua Grande, Centro de São Luís. O valor para ele foi de R$ 90 mil. A terceira operação, de R$ 17.500, foi para uma agência da Caixa Econômica, também no Centro da cidade. Uma investigação deverá ser conduzida pela Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF).

Além do telefone da prefeita de Camocim, Mônica Aguiar, os celulares dos prefeitos Osvaldo Neto (Reriutaba), Isis Martins (Hidrolândia), Zé Ailton (Crato) e Renê Vasconcelos (Ubajara) também foram clonados, segundo fontes da Polícia Civil e perfis dos gestores nas redes sociais. Os fraudadores, de acordo com depoimentos, entravam em contato com amigos e secretários municipais, se passando por prefeitos e prefeitas, para que fossem efetuados pagamentos às empresas que teriam executado supostos serviços para o município.

Algumas pessoas desconfiaram das mensagens. Outras, como foi o caso registrado em Camocim, caíram no golpe do WhatsApp e fizeram transferências diretas da verba do (Fundeb) para contas particulares. O dinheiro federal é exclusivo para educação. O valor repassado indevidamente chegou a somar R$ 552.500,00. Segundo o Portal da Transparência, em 2018, Camocim recebeu R$ 26,2 milhões da União para aplicar nas despesas admitidas para o Fundo.

O caso aconteceu na última sexta-feira, dia 30, no início da tarde. Uma pessoa, se passando pela prefeita, entrou em contato com Felipe Araújo Veras, que é presidente da Comissão de Programação Financeira da cidade.

Acreditando estar trocando mensagens com Mônica Aguiar, o tesoureiro das contas de Camocim “passou a conversar normalmente atendendo aos seus direcionamentos”. Essa história está narrada num boletim de ocorrência (BO), registrado na manhã seguinte, sábado, 1º de dezembro, na delegacia da cidade.

Tanto o BB como os demais bancos foram intimados por oficiais de justiça no início do expediente de segunda-feira. Na página eletrônica, a Prefeitura emitiu nota garantindo que não foi gerado “nenhum prejuízo ao município”. “Estamos aguardando o Banco do Brasil abrir um processo administrativo para que seja feito o estorno. A própria decisão judicial determina esse estorno”, acrescenta o procurador de Camocim, Alexandre Maia.