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Ministro diz que se referiu sobre projeto com políticas de segurança pública nos estádios em conversa com André Fufuca

Ministro da Justiça, Flávio Dino, em entrevista coletiva Reprodução/CNN

O ministro da Justiça, Flávio Dino, defendeu-se, nesta sexta-feira, 15, após aparecer em vídeo com críticas postadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

As imagens o mostram em conversa com o novo ministro do Esporte, André Fufuca (PP), na cerimônia de posse realizada na quarta-feira, 13. Fora de contexto, Bolsonaro criticou o diálogo no qual Dino diz “dinheiro não tenho, mas aquela polícia eu tenho”.

Em suas redes sociais, Flávio Dino afirma que o assunto da conversa era o projeto “Estádio Seguro”, que tem o objetivo de melhorar a segurança nos estádios pelo país. Na mensagem, ele também traz provocações ao ex-presidente, que é alvo de inquéritos da Polícia Federal (PF).

“Há políticos ou ex-políticos extremistas que ficam nervosos com a mera menção à palavra ‘polícia’. Em resposta a postagens disparatadas dessa gente, esclareço que falei com o ministro André Fufuca sobre uma parceria para um programa de Segurança nos Estádios, a ser assinada com a CBF na próxima quarta. E brinquei com o ministro André dizendo que ele entraria com o dinheiro e eu com a destinação de efetivo policial. Aí alguns elementos começaram a postar um vídeo editado para causar um ‘escândalo’. Será que eles estão planejando invadir e quebrar estádios de futebol? Ou é a já conhecida vocação para a mentira?”, postou o ministro da Justiça.

Procurado pela CNN sobre a manifestação de Dino, o ex-presidente Bolsonaro não se pronunciou até a publicação desta reportagem.

O governo federal assinaria um acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em julho deste ano. Havia um obstáculo que adiou a parceria: a então ministra do Esporte, Ana Moser. Agora, após a reforma ministerial, a expectativa é de retomada dessa iniciativa, que Dino prometeu para a próxima quarta-feira (20).

CBF e Ministério da Justiça articularam os detalhes da cooperação técnica para implementar sistemas de controle de público nas arenas brasileiras. Moser, porém, reclamou por ter ficado de fora das discussões, como ministra do Esporte.

Isso gerou um atrito entre ela e Flávio Dino, chefe da pasta, que fechou acordo com a CBF. Ana Moser então levou o problema até o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na frente dele, a então ministra ligou para Dino, e se queixou da falta de diálogo entre Justiça e Esporte. Esse desentendimento terminou no adiamento do Estádio Seguro.

Desde então, a implementação do programa ficou escanteada, e não foi retomada diante das negociações para a reforma ministerial. Ou seja, o governo espera que o próximo chefe da pasta, André Fufuca, leve adiante a iniciativa.

Nos bastidores, Ana Moser era criticada pela falta de diálogo sobre as ações da pasta. A CBF teria procurado o Esporte sobre o Estádio Seguro, mas ela não levou as conversas adiante.

Parlamentares também viam falhas da ministra na articulação política. Por isso, a MP das Apostas Esportivas avançou no Congresso sem a participação da ex-jogadora de vôlei na elaboração do texto.

Estádio Seguro – O acordo de cooperação técnica entre CBF e o governo federal visa o aumento do monitoramento dos torcedores nos estádios. Com os sistemas de segurança, os administradores das arenas poderão identificar as pessoas com mandados pendentes ou restrições judiciais.

Além disso, o projeto deve ser utilizado para combater atos criminosos nas arenas brasileiras, tais como manifestações racistas e homofóbicas. Com o cruzamento de dados, será possível identificar os suspeitos para direcionar as denúncias.

No Rio de Janeiro, o Maracanã já testa um piloto desse programa em jogos do Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama. Com o sistema de monitoramento, a catraca é bloqueada no momento da leitura do ingresso, caso o torcedor tenha alguma restrição para entrada no estádio.

A CBF tem como meta a implementação do Estádio Seguro até o fim do ano nas Séries A e B. Para isso, convidou todas as federações estaduais e os clubes para participar do programa, de forma facultativa.

Por conta da tecnologia nas catracas, os ingressos precisam ser individualizados e vinculados ao CPF do torcedor. Quem comprar ou ganhar a entrada precisará enviar uma foto do rosto para registro e envio dos dados ao Ministério da Justiça. A pasta deverá criar uma base de informações sobre as pessoas que não poderão mais assistir aos jogos nas arenas. (Com CNN).

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