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Por Dr. Walter Canales – Professor e Reitor da Uema

A intercessão entre ética, estética e inteligência artificial foi tema do 71o Fórum da Associação Brasileira dos Reitores e Reitoras das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM), realizado recentemente, em Belo Horizonte. Ocasião na qual representei a Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

Todas as apresentações voltadas ao Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação correlacionaram o tema às informações específicas das suas áreas. O pesquisador Daniel Pucciarelli, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destacou que não se deve demonizar a I.A (Inteligência Artificial) como sendo uma catástrofe de nosso tempo, nem como a solução de todas os problemas do mundo. A verdade é que a I.A já está presente em nossas vidas, como outrora foram o rádio, a televisão, o computador, a internet e os sites de busca. Quer queiramos ou não, ela vai evoluir e ficar cada vez mais presente no cotidiano.

Resta-nos delimitar sua abrangência conforme os padrões éticos e estéticos que, por sua vez, também não são padronizados nas várias nações do mundo.

Segundo o aplicativo de inteligência artificial “Luzia”, a “I.A é o campo da ciência da computação que se concentra no desenvolvimento de sistema e máquinas capazes de realizar tarefas que tradicionalmente exigiriam inteligências humanas”. Interessante notar que se o desenvolvimento da IA está mais próximo à engenharia de computação, a aplicação da mesma perpassa por todas as áreas de conhecimento.

Entre os riscos da IA apontados pelo pesquisador Pucciarelli, encontra-se o alto consumo de energia no desenvolvimento da I.A, as falhas dos algoritmos, principalmente na utilização médica, a violação de intimidade e vulnerabilização dos cidadãos e os terríveis e malfadados fake vídeos ou fake áudios que se proliferam cada vez mais.

No que se refere à estética, observamos que ela desempenha um papel cada vez mais importante no uso da IA à medida que a tecnologia se torna mais sofisticada e integrada em nossas vidas.

De acordo com a Gemini (inteligência artificial do Google), isso se manifesta de diversas maneiras, tais como: experiência do usuário (a IA está sendo usada para criar interfaces de usuário mais intuitivas e atraentes); personalização (a IA permite que as interfaces sejam personalizadas para se adequar às preferências e necessidades individuais dos usuários, o que torna a interação com a tecnologia mais esteticamente satisfatória); e criação de arte e mídia (a IA está sendo usada para criar novas formas de arte e mídia, como pinturas, músicas, poemas e até mesmo filmes. Isso abre novas possibilidades para a expressão estética em novos formatos).

Ainda lembramos do vídeo onde Elis Regina (já falecida) aparece cantando com sua filha, Maria Rita, para um comercial de TV. Ou ainda mais recentemente, quando o empresário Luciano Hang aparece, por meio de I.A, oferecendo produtos de sua loja a preços muito abaixo do mercado em um vídeo falso.

Na Universidade Estadual do Maranhão (Uema), a temática já é objeto de pesquisa em diversas áreas de saberes e de modo transdisciplinar. Das ciências da computação à pedagogia. Dos cursos tecnólogos às pós-graduações stricto sensu. É tempo de garantir, por meio da educação, que essa tecnologia poderosa seja desenvolvida e utilizada de forma responsável, justa e benéfica para todos.

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