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Um estudo recente realizado na Coreia do Sul e divulgado nesta semana aponta que ex-fumantes de cigarros convencionais que passaram a utilizar cigarros eletrônicos têm maior probabilidade de desenvolver câncer de pulmão em comparação com aqueles que abandonaram completamente o tabagismo. Esta pesquisa, considerada a primeira de grande escala a basear-se na população, foi liderada por Yeon Wook Kim, do Hospital Bundang da Universidade Nacional de Seul.

Os pesquisadores analisaram dados de 4.329.288 indivíduos com histórico de tabagismo convencional, acompanhando-os entre 2012 e 2021. Descobriu-se que, ao final do período de acompanhamento, 53.354 pessoas haviam sido diagnosticadas com câncer de pulmão e 6.351 haviam falecido devido à doença.

Os resultados indicam que ex-fumantes que adotaram o uso de cigarros eletrônicos apresentaram um risco bem maior de desenvolver câncer de pulmão e morrer da doença em comparação com aqueles que se abstiveram de ambos os tipos de cigarro.

Apesar de os cigarros eletrônicos serem frequentemente considerados uma alternativa menos nociva ao tabaco, devido ao menor nível de algumas substâncias tóxicas, eles ainda contêm produtos químicos prejudiciais. Ashley Merianos, professora da Universidade de Cincinnati, destacou que produtos de vaporização podem conter acroleína, formaldeído, diacetil e metais pesados como chumbo, todos potencialmente danosos aos pulmões.

Embora a vaporização seja vista por muitos como uma ferramenta útil para parar de fumar, os especialistas alertam para os riscos potenciais a longo prazo que ainda não são completamente compreendidos. Estudos mostram que a exposição prolongada aos componentes dos cigarros eletrônicos pode estar associada a alterações no DNA que, em fumantes, têm sido ligadas ao desenvolvimento de câncer de pulmão.

A pesquisa destaca a necessidade de continuar investigando os impactos a longo prazo dos cigarros eletrônicos sobre a saúde humana, especialmente no que diz respeito ao risco de câncer.

No Brasil, o uso de cigarros eletrônicos tem aumentado bastante, com um estudo do Ipec indicando que a utilização quadruplicou entre 2018 e 2022.

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