-->

Uma pesquisa recente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) revelou que somente 11% das escolas municipais e estaduais do Brasil possuem acesso à internet com a velocidade adequada. O levantamento foi realizado em 32.379 instituições públicas que têm mais de 50 alunos no principal turno, utilizando um medidor de qualidade de conexão.

Os dados mostram que apenas 3.640 dessas escolas dispõem de uma velocidade de download igual ou superior a 1 Megabyte por segundo (Mbps), conforme recomendado pela Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec), do governo federal. Paulo Kuester Neto, supervisor de projetos de ciência de dados do NIC.br, enfatizou a crescente importância da tecnologia da informação no ambiente escolar, destacando a necessidade de uma conexão adequada para o atendimento eficiente dos alunos.

“A importância de ter a velocidade adequada no caso das escolas é devida aos tipos de aplicação que as escolas, os estudantes, os professores usam na sala de aula. Por exemplo, se a pessoa assiste a um vídeo, tem uma demanda diferente de quando faz uma navegação simples ou um acesso à rede social”, explicou Kuester Neto.

Ele acrescentou que o parâmetro de 1 Mbps por aluno no maior turno, estabelecido pela Enec, garante que todos os estudantes tenham, no mínimo, a capacidade de realizar atividades básicas como navegação na internet e acesso a redes sociais.

Apesar dos esforços do Ministério da Educação (MEC) para melhorar a oferta de internet nas escolas públicas, Kuester Neto reconhece que ainda há um longo caminho a percorrer. “Por enquanto, somente 11% das escolas têm a velocidade adequada ao parâmetro da Enec. Embora a Enec tenha estabelecido o parâmetro recentemente, estamos no início dessa política. Esse número vem aumentando ao longo do tempo – é uma meta de fato ambiciosa e boa, por parte do governo federal”, afirmou.

A pesquisa também revelou que a média de velocidade de download por aluno no maior turno escolar subiu de 0,19 Mbps para 0,26 Mbps entre 2022 e 2023. No entanto, persistem diferenças regionais significativas. O Norte do país apresenta menor cobertura e qualidade de conexão, com estados como Acre, Amazonas, Amapá, Roraima e Pará liderando em baixa velocidade. No Centro-Oeste, as escolas do Distrito Federal e Mato Grosso do Sul também enfrentam desafios na qualidade da internet. Em contraste, as maiores velocidades foram registradas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Goiás.

Com base nos dados do Censo Escolar da Escola Básica, o NIC.br apontou que das 137.208 escolas estaduais e municipais no Brasil, 89% estão conectadas à rede. Destas, 62% utilizam a internet para o ensino e aprendizagem, mas apenas 29% têm computadores, notebooks ou tablets para os alunos. As escolas que possuem esses dispositivos contam, em média, com um equipamento para cada dez estudantes no maior turno escolar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *