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O estudo “Ataques relacionados a gênero e desinformação”, será divulgado na próxima quarta-feira (1º), em uma reunião paralela ao G20, revelando que a maioria dos ataques online contra jornalistas e políticas mira a credibilidade, inteligência e reputação dessas mulheres. A análise, realizada pela organização #ShePersisted e pela empresa The Nerve, destacou a senadora Eliziane Gama (PSD), como uma das vítimas desses ataques. O estudo contou com a participação da vencedora do prêmio Nobel da Paz, Maria Ressa, fundadora da The Nerve.

O relatório analisou mais de 1,15 milhão de publicações no ex-Twitter, Facebook e comentários do YouTube entre 2019 e 2024. Os resultados mostraram que a maior parte dos ataques relacionados a gênero mira a credibilidade e reputação das mulheres. Esses ataques são frequentemente compartilhados em páginas de extrema direita, além de grupos não relacionados à política.

Entre os alvos do estudo também estavam jornalistas como Daniela Lima, Amanda Klein, Vera Magalhães, Miriam Leitão e Mônica Bergamo, e políticas como Tabata Amaral, Maria do Rosário, Erika Kokay, Carla Zambelli, Duda Salabert, Erika Hilton, Simone Tebet, Manuela D’Ávila e Joice Hasselmann.

Os ataques, caracterizados por agressões e acusações falsas, geralmente são uma reação a críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. As publicações agressivas também incluem tentativas de minar a confiança pública nas jornalistas, acusando-as de serem antipatrióticas, “comunistas”, “bandidas” ou “traidoras”.

Outra estratégia era questionar a competência dessas mulheres, diminuindo suas habilidades intelectuais. Expressões como “besta quadrada”, “burra”, “idiota”, “louca”, “esquizofrênica” e “não bate bem da cabeça” eram frequentemente utilizadas nesse contexto.

Segundo o estudo, as ofensas contra essas mulheres são disseminadas principalmente por figuras da direita e extrema direita, tanto em grupos políticos quanto em comunidades não políticas.

No Facebook, foram analisados 1.081.233 posts públicos mencionando as mulheres entre janeiro de 2019 e janeiro de 2024 em páginas e grupos. No X, foram 50.046 publicações com menções às mulheres analisadas, entre novembro de 2021 e janeiro de 2024 e no YouTube, 43.300 comentários citando os nomes das analisadas entre novembro de 2021 e janeiro de 2024.

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