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Subprocurador-geral fala em histórico de ‘má atuação dos componentes’ da Lava Jato em representação

MP junto ao TCU pede que Deltan seja investigado por suposto acordo sigiloso com EUA

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) enviou uma representação à corte pedindo que sejam apurados supostos indícios de irregularidades praticadas pelo ex-procurador e ex-deputado federal Deltan Dallagnol durante uma negociação com autoridades dos EUA, à época da Operação Lava Jato.

Deltan teria negociado com os norte-americanos, em sigilo, um acordo para dividir o dinheiro que seria cobrado da Petrobras em multas e penalidades por causa de episódios de corrupção, de acordo com reportagem publicada pelo UOL. As tratativas teriam ocorrido à revelia da Controladoria-Geral da União (CGU), que seria o órgão competente para lidar com o destino da verba.

Na representação ao TCU, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado afirma haver indícios de que o governo brasileiro foi afastado das negociações e diz que o caso seria mais uma evidência de que o TCU deve atuar “ante o histórico da má atuação dos componentes da Operação Lava Jato”.

“Não é de hoje que me causa surpresa as indevidas ingerências que procuradores da Lava Jato realizaram na operação”, afirma o subprocurador-geral.

Deltan nega qualquer irregularidade – “Todo dia uma nova matéria mentirosa, deturpada, medíocre e preguiçosa, feita sem apuração por jornalistas que usam supostas mensagens sem qualquer critério ético e fechando os olhos para a prática de crimes”, afirmou, por meio de suas redes sociais.

Além do pedido de investigação pela corte de contas, Furtado destaca a vultosa multa de US$ 853 milhões paga pela Petrobras, em acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e sugere que a tratativa também deve ser revista pelo Judiciário dos EUA.

“Não é possível aceitar que gestores públicos atuem de forma orientativa visando driblar entendimentos jurídicos de nosso país, tampouco se valer de artifícios para se esquivar pessoalmente de sanções aplicadas”, diz.

O subprocurador-geral ainda pede que um cópia de sua representação seja enviada à Organização dos Estados Americanos (OEA) para a adoção de providências e dada “a necessidade de diálogo político e cooperação com a Justiça norte americana” para investigar as supostas irregularidades.

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) e o ator Marcelo Drummond, viúvo de Zé Celso, compareceram à estreia do documentário “Máquina do Desejo”, que remonta a história do Teatro Oficina. O cineasta Fernando Meirelles prestigiou a sessão, que ocorreu na noite de quarta-feira (19), no Espaço Itaú de Cinema Augusta, em São Paulo. Os diretores do filme, os cineastas Joaquim Castro e Lucas Weglinski, estiveram lá. (Monica Bergamo – Folha)

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